Cannabis Inc. https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br Notícias de saúde e negócios Thu, 25 Nov 2021 16:04:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 CBD full spectrum com registro na Anvisa passa a se chamar Extrato de Cannabis sativa https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/11/11/cbd-full-spectrum-com-registro-na-anvisa-passa-a-se-chamar-extrato-de-cannabis-sativa/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/11/11/cbd-full-spectrum-com-registro-na-anvisa-passa-a-se-chamar-extrato-de-cannabis-sativa/#respond Thu, 11 Nov 2021 15:27:41 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/zion-ion-extrato-de-cannabis-sativa-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2495 A partir do ano que vem, o consumidor deve se deparar com o extrato de Cannabis sativa, uma outra denominação para um produto já bem conhecido.  Estamos falando do CBD (Canabidiol, uma das substâncias da Cannabis) full spectrum (com a inclusão de todas os outros canabinoides da planta, terpenos e flavonoides). A classificação passa a valer para os produtos com registro sanitário na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária).

“CBD Full spectrum é uma terminologia da indústria “, explica Fabrício Pamplona, farmacologista. “A Anvisa está certa. CBD é apenas o nome da molécula. Quando elas não estão isoladas dos demais canabinoides, o produto deve levar o nome de extrato de Cannabis sativa. Mas vale ressaltar que é um produto rico em CBD”.

Os outros canabinoides (THC, CBG…) aparecem em baixas concentrações para garantir o efeito entourage, que é a interação entre diferentes moléculas, que turbinam o CBD no organismo.

Esse é o caso dos produtos das empresas Promediol, com sede na Suíça, e Zion, nos EUA.  Ambas conseguiram o registro sanitário na última quinta-feira, 04. Elas chegarão ao mercado com o extrato de Cannabis sativa (conhecido até agora como CBD full spectrum) .

Segue abaixo a lista dos produtos de Cannabis registrados na Anvisa, desde a publicação da RDC 327, em dezembro de 2019.  Vale ressaltar que na lista*, o Canabidiol do Laboratório Farmacêutico Farmanguinhos, do Ministério da Saúde, é produzido pela Prati-Donaduzzi. Portanto, fabricantes de fato são cinco (Prati, Nunature, Verdemed, Promediol e Zion).

  •  Canabidiol Prati-Donaduzzi (20 mg/mL; 50 mg/ml e 200 mg/ml), autorizado em 22/04/2020; – no total são sete apresentações
  •  Canabidiol Nunature (17,18 mg/ml), autorizado em 15/04/2021;  
  •  Canabidiol Nunature (34,36 mg/ml), autorizado em 15/04/2021; 
  •  Canabidiol Farmanguinhos (200 mg/ml)), autorizado em 14/05/2021;  
  • Canabidiol Verdemed (50 mg/ml) autorizado em 26/10/2021
  • Canabidiol Farmanguinhos (50 mg/ml) autorizado em 29/10/2021. 
  • Extrato de Cannabis Sativa Promediol, autorizado 04/11/2021 
  • Extrato de Cannabis Sativa Zion Medpharma, 200 mg/ml, autorizado 04/11/2021
    *Lista enviada pela Anvisa
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Conhecido como o canabinoide do sono, o CBN é a nova aposta do mercado https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/conhecido-como-o-canabinoide-do-sono-o-cbn-e-a-nova-aposta-do-mercado/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/09/06/conhecido-como-o-canabinoide-do-sono-o-cbn-e-a-nova-aposta-do-mercado/#respond Sun, 06 Sep 2020 03:57:01 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/ruderalis-cannabis-leaf-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1347 Só no Brasil 73 milhões de pessoas sofrem de insônia, de acordo com a Associação Brasileira do Sono, e 23 milhões de ansiedade, pelos dados da Organização Mundial de Saúde. A boa notícia é que um canabinoide ainda pouco difundido, o CBN, promete ajudar nestes dois distúrbios.

Por esta propriedade terapêutica, ele promete ser a nova aposta também do mercado de Cannabis medicinal. Se as expectativas se confirmarem, haverá um grande reboliço na área farmacêutica, que investiu muito em medicamentos tanto para a insônia como a ansiedade.

Abaixo coloquei um artigo muito interessante sobre os novos campos econômicos e da saúde, que estão se abrindo com o CBN. O texto foi publicado originalmente no Benzinga e El Planteo, publicações direcionadas ao mercado da Cannabis.Vale muito a leitura.

 

3 razões para os empresários prestarem atenção ao CBN, o próximo canabinóide emergente

Conheça o canabinóide que pode auxiliar quem tem insônia*

Até agora você já conhece o CBD (cannabidiol). Talvez tenha explorado alguns produtos com infusão de CBD– e tópicos e tinturas a desinfetante para as mãos e papel higiênico. Pode parecer que há um milhão de produtos diferentes disponíveis hoje.

Isso ocorre porque o setor de CBD registrou um crescimento de 706% em 2019. De fato, as projeções de crescimento do setor da BDS Analytics e da Arcview Market Research estão sugerindo que as vendas de CBD nos EUA ultrapassarão US$ 20 bilhões em 2024.

O crescimento maciço de produtos industrializados também pode trazer grande confusão, especialmente para empresários interessados ​​na “corrida verde”.

É claro que o setor de CBD está prosperando. Mas quando atinge o platô? O que vem a seguir? Cannabinol ou CBN.

Rapidamente 2020 está se transformando  no ano de estratégias de negócios dinâmicas e não há momento melhor do que o presente para destacar o próximo canabinóide emergentes: o CBN.

O que é o CBN? Como o CBD, o CBN é um canabinóide e deriva da decomposição das moléculas de THC (tetra-hidrocanabinol). Embora o THC e o CBD estejam no centro do palco na maioria das vezes, o CBN agora está emergindo do fundo. Ocorre naturalmente na planta à medida que envelhece. Simplificando, quando aquecido ou exposto ao oxigênio, o THC se converte em CBN.

Por meio dos processos de extração de Good Manufacturing Process (GMP), o CBN também pode ser extraído do THC. A pesquisa continua a identificar se o CBN é ou não psicoativo ou se tem um efeito psicoativo muito leve. Um estudo realizado pelos laboratórios Steep Hill sugere que o CBN poderia ser o mais sedativo de todos os canabinóides. Pode potencialmente ajudar indivíduos que sofrem de insônia e ansiedade.

1.Por que o CBN ao invés do CBD? Além do mercado de CBD super-saturado,  CBN mostra a oportunidade de um mercado emergente: a de desenvolver um subproduto de THC com os potenciais benefícios à saúde proporcionados por uma melhor noite de sono.

Imagine ajudar mais de 50 milhões de adultos americanos que sofrem de um distúrbio do sono. Como vimos com a popularidade da CBD, é apenas uma questão de tempo até que uma celebridade ou atleta profissional aproveite a oportunidade.

2. Benefícios para o consumidor podem ser oportunidades de negócios. É importante observar que faltam pesquisas sobre canabinóides. No entanto, algumas pesquisas mostram que os benefícios do CBN podem afetar positivamente a saúde e o bem-estar humano em geral, com o potencial de ajudar a aliviar os sintomas, incluindo insônia. Pesquisas anteriores indicam que a combinação de CBN e THC intensifica o comportamento letárgico.

No entanto, o CBN sozinho produz quantidades vestigiais de impacto psicoativo e fornece benefícios semelhantes aos medicamentos farmacêuticos do sono sem os efeitos colaterais, permitindo um sono natural mais profundo. Um sono melhor promove a capacidade do corpo de reduzir naturalmente a inflamação, é uma função de um sistema imunológico saudável e permite que o corpo se recupere de lesões.

Além disso, os pesquisadores descobriram que o CBN aumenta o apetite, dando aos indivíduos que desejam evitar os efeitos psicoativos do THC outra opção, que é diferente do efeito do CBD que funciona como um inibidor de apetite.

À medida que a pesquisa continua sobre os benefícios da CBN, teremos uma ideia melhor do alívio promissor que esse cannabinóide oferece, incluindo alívio da dor, alívio da inflamação, morte de infecções bacterianas e apoio à regeneração óssea, entre outros.

3. O futuro do CBN. Diferentemente do CBD e do THC, o potencial terapêutico do CBN como sedativo não invasivo no tratamento de distúrbios do sono pode atrapalhar a indústria farmacêutica, ajudando milhões de americanos que sofrem noites sem dormir. Os produtos concentrados da CBN estão começando a se destacar em nosso mercado atual e, embora as projeções de crescimento ainda estejam pendentes, seu impacto no setor de saúde e bem-estar pode ser enorme. Você verá papel higiênico com infusão de CBN ou desinfetante para as mãos, provavelmente não? O CBN pode ser encontrado em produtos como tinturas, gomas e tampas de gel e provavelmente chegará a corredores de supermercado em todo o país.

À medida que o THC e o CBD se destacam,  CBN emergente continuará ganhando força à medida que mais empresas nos EUA apostarem nele como o próximo grande canabinóide e começará a desenvolver e produzir produto,s que ajudarão os americanos a dormir melhor. Quem sabe, pode até haver uma oportunidade de fundir os três canabinóides mais conhecidos para obter o conhecido efeito comitiva (quando um canabinoide reforça o outro).

Há muito potencial com esse canabinóide emergente para alívio terapêutico e oportunidades de negócios. Como 2020 virou o ano de articulação das estratégias de negócios, talvez seja a época para se concentrar no potencial crescimento de mercado do CBN.

*Por Guillaume Plante, co-fundador e diretor de operações da Somnus. Traduzido por Weederia.

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Paciente com depressão ganha liminar para autocultivo de Cannabis https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/07/23/paciente-de-depressao-ganha-liminar-para-autocultivo-de-cannabis/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/07/23/paciente-de-depressao-ganha-liminar-para-autocultivo-de-cannabis/#respond Thu, 23 Jul 2020 14:50:56 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/ruderalis-cannabis-leaf-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1165 Um habeas corpus de autocultivo para um paciente jovem de Cannabis medicinal expedido na última segunda-feira (20), pela 15ª Vara Federal, chama atenção por ilustrar a sensibilidade, que os magistrados vêm desenvolvendo com o tema. Em uma decisão pouco comum, o juiz  deu permissão de cultivo ao um rapaz que sofre de depressão.

O instrumento jurídico concede o direito de plantio ao paciente por entender que o “conceito sobre saúde deve também abranger o completo bem-estar físico, mental e social do homem”. “A Justiça começou a ter um olhar mais holístico da saúde. Ela está incorporando as demandas dos pacientes para o uso medicinal da Cannabis. É uma mudança muito importante”, diz um dos advogados da ação Rodrigo Mesquita.

O caso analisado pelo juiz é do jovem estudante candango Arthur, 21 (que pediu para não divulgar o sobrenome). Na infância, ele passou por uma cirurgia para tirar cálculos renais. Depois sofreu uma série de internações por dores abdominais, que os médicos demoraram muitos anos para acertar o diagnóstico, síndrome de intestino irritável.

Arthur passou grande parte da vida com a certeza de que iria morrer cedo, um sentimento que o levou a atitudes destrutivas, como o consumo excessivo de álcool. “Cheguei a ter uma crise de transtorno dissociativo da realidade”, diz Arthur, que foi violentado nesta época.

O rapaz foi um adolescente fechado, cujos pais não conseguiam entender, nem intervir de maneira certa, para que a vida do filho melhorasse. Há dois anos, passou a fazer terapia com uma psiquiatra, que aconselhou o tratamento com Cannabis com uma neurologista.

Em 2019, começou a se recuperar. “Ganhei peso. Havia perdido 10 quilos em poucos meses. Voltei a estudar. Hoje estou fazendo faculdade de enfermagem”, conta Arthur, que tem fala do tratamento com alegria. Até hoje ele se trata com Cannabis inalada e óleo medicinal da Abrace Esperança, da Paraíba.

Hoje uma das doenças mais comuns deste século é a depressão, que demorou muito para ser levada a sério. Pacientes que não recebem tratamento, segundo especialistas, podem chegar até ao suicídio. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) 5,8% da população – a média global é 4,4%. O Brasil tem 12 milhões de deprimidos.

O habeas corpus do juiz vem com um pedido de liminar para que o paciente não tenha problemas com a polícia. “Embora seja uma decisão liminar, tenho a convicção de que será mantida. A Justiça Federal de Brasília já possui decisões no mesmo sentido e a tendência é que se multipliquem” diz o outro advogado da ação, Gabriel Dutra Pietricovsky. “Pacientes com dor crônica, epilepsia, autismo, que não podem arcar com os elevados preços dos produtos importados, já estão cultivando Cannabis. Agora, temos paciente com ansiedade e depressão fazendo o mesmo.”

 

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Assista trechos da palestra de FHC em evento de Cannabis medicinal https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/03/09/assista-trechos-da-palestra-de-fhc-em-evento-de-cannabis-medicinal/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/03/09/assista-trechos-da-palestra-de-fhc-em-evento-de-cannabis-medicinal/#respond Mon, 09 Mar 2020 03:25:59 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/03/WhatsApp-Image-2020-03-09-at-00.18.40-e1583724238554-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=867 A presença do  ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) deu prestígio a um evento destinado a empreendedores de Cannabis medicinal. Ele foi organizado pela The Green Hub, aceleradora de startups, em Pinheiros, em São Paulo, no moderno prédio do CIVI-CO, fomentador de projetos de impacto social, que é dirigido por Patricia Villela Marino.

FHC falou sobre o direcionamento do Fórum Global de Drogas, que encara a questão como saúde pública. A saída segundo ele é, ao invés de proibir, regulamentar. Ele também lembrou que o tema é um grande tabu, que os políticos evitam por medo de perder eleitor. “Eu perdi uma eleição à prefeitura da capital para Jânio Quadros porque descobriram que era ateu e era a favor da discussão sobre drogas. A oposição usou isso”, disse. “Jânio era esperto.” Assista trechos da palestra (Parte 1 e Parte 2)

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Atriz divulga e apoia o uso da Cannabis medicinal no tratamento de câncer https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/02/07/atriz-divulga-e-apoia-o-uso-da-cannabis-medicinal-no-tratamento-de-cancer/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/02/07/atriz-divulga-e-apoia-o-uso-da-cannabis-medicinal-no-tratamento-de-cancer/#respond Fri, 07 Feb 2020 19:20:24 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/WhatsApp-Image-2020-02-06-at-20.24.14-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=751 A estrela australiana Olivia Newton-John, 71, entrou para o grupo seleto de divulgadores famosos dos benefícios da Cannabis medicinal. Desde agosto do ano passado, ela dá entrevistas para contar como o óleo da planta ajudou no tratamento de um câncer na base da coluna. Até participou de um documentário sobre o assunto, Mike High.

Os resultados foram tão bons, que decidiu introduzir a terapia no Olivia Newton-John Cancer Wellness e Research Center, na Austrália, ainda este ano. Ela financia, apoia e divulga os projetos de tratamentos de câncer de mama desde que foi diagnosticada com a doença em 1992. Em 2013, teve uma recidiva, e em 2017, outra.

O tumor chegou a regredir,  mas continua grave, no estágio 4.  Mesmo assim consegue manter um ritmo de vida normal. “A Cannabis medicinal foi  fenomenal para a qualidade de sono e para o alívio das dores”, ela costuma dizer a imprensa. Newton-John trabalha muito para proporcionar aos doentes o mesmo tipo de tratamento que tem acesso.

Não por outro motivo, fechou parceria com o Austin Hospital, um dos melhores centros oncológicos da Austrália, onde abriu o Olivia Newton-John Cancer Wellness e Research Center, há mais de uma década. Ela vive na Califórnia, nos EUA, estado onde a Cannabis é liberada.

Porém, sabe-se que na Austrália a dificuldade de acesso é grande. Apesar de o país autorizar o uso medicinal da Cannabis, muito pacientes compram no mercado paralelo porque não conseguem adquirir pelos caminhos lícitos.

Aliás, o documentário Mike High citado acima, trata justamente disso. O ciclista Mike Gallagher, 53, diagnosticado com câncer cerebral, recolhe vários depoimentos de pacientes sobre o tratamento de Cannabis medicinal em um tour pela Austrália, para decidir se iria ou não se tratar com a erva. Vale à pena assistir.

Muitos pacientes do filme revelam a resistência em aderir ao tratamento. Alguns passaram a vida inteira sem beber ou experimentar qualquer droga e quando pensam que a maconha poderá ajudá-los entram em crise. Até Newton-John, que é uma das entrevistadas, revela que só decidiu aderir ao óleo de Cannabis depois de muita insistência do marido, o empresário John Easterling. No fundos da casa onde mora, ele cultiva diferentes tipos da planta, unicamente para melhorar a qualidade de vida da mulher.

Ao trocar a morfina pelo óleo, Newton-John ganhou mais disposição para investir eu seus projetos. Em dezembro, por exemplo, organizou um leilão das roupas de cena de Grease (Nos Tempos da Brilhantina), de 1978. O filme revelou a atriz e o parceiro de elenco John Travolta. depois de tantos anos, o ator também apoiou o evento da colega. Só pela jaqueta de Newton-John arremataram US$ 1 milhão. Todo o dinheiro foi revertido para o Cancer Wellness e Research Center.

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Anvisa provoca constrangimento e medo ao expor emails de pacientes https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/02/05/anvisa-provoca-constrangimento-e-medo-ao-expor-lista-de-pacientes-em-e-mail/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/02/05/anvisa-provoca-constrangimento-e-medo-ao-expor-lista-de-pacientes-em-e-mail/#respond Wed, 05 Feb 2020 11:42:15 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/ruderalis-cannabis-leaf-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=737 Se o tratamento à base de Cannabis medicinal fosse feito a partir de qualquer outra erva, menos conhecida e sem o peso do preconceito, os pacientes não passariam por tantos constrangimentos. A burocracia do processo –preenchimento de uma longa ficha cadastral por um sistema digital, que nem todos os brasileiros estão aptos a lidar, e uma espera de dois meses em média pela autorização de compra– já causa, no mínimo, embaraço, desânimo e ansiedade.

Na última quinta-feira (29), uma “gafe”, digamos, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) desvendou medos e sensação de muita insegurança por parte dos pacientes e familiares. A questão gira em torno de um email da agência alertando sobre o aumento do prazo de validade de um ano para dois anos das autorizações de importação já emitidas. Até aí, ok. O comunicado trazia boa notícia.

O problema é que no destinatário estavam expostos os endereços eletrônicos de todos os cadastrados no sistema –de empresas, médicos e pacientes. Comunicados, geralmente, são enviados pelas empresas com cópias ocultas, uma formatação comum onde nenhum destinatário enxerga o endereço do outro. Mantém a privacidade de quem recebeu e ainda o destinatário sente-se privilegiado, como se a mensagem fosse apenas para ele.

Muitos pacientes ficaram “devastados e se sentiram invadidos” ao ver o próprio endereço eletrônico compartilhado em uma comunicação da agência.  “Estou tomando uma substância proibida. Ninguém pode saber que eu uso o medicamento. Posso ter problemas no emprego”, diz uma paulistana de meia idade, que usa a Cannabis medicinal para minimizar as sequelas neurológicas de um AVC. Ela se sente tão desconfortável em precisar do óleo, que fala do próprio caso em terceira pessoa.

O canabidiol saiu da lista de substâncias proibidas em 2015, quando foi aprovado para uso terapêutico e sujeito a controle. A sensação de transgressão desta paciente, no entanto, é bem explicável. “A guerra às drogas durou tempo suficiente para que virasse uma paranoia”, diz o médico pediatra Olair Rafael da Silva, 60, um dos 1.200 mil médicos que prescrevem a Cannabis, de um total de cerca de 450 mil profissionais com CRM no Brasil.

A guerra às drogas foi deflagrada pelo presidente Richard Nixon, em 1971, nos EUA, que as transformaram “no inimigo público número 1” do país e do mundo. Não por outro motivo, muitas gerações cresceram com os pais alertando para se afastarem dos maconheiros–então sinônimo de má companhia.

“Legalmente ninguém pode ser prejudicado por usar este medicamento, mas não impede que alguém seja preterido no trabalho por causa disso. Nesta lista tem pessoas que estão em condições muito diferentes”, diz a psiquiatra Eliane Nunes, diretora da Sbec (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis). Ela se refere ao estado psíquico, econômico e de formação de cada um deles. “Eu acho muito grave o que aconteceu.”

Na última quinta (29), Nunes passou o dia ao telefone acalmando pacientes amedrontados. O mesmo aconteceu com Silva. Os doentes procuraram os médicos com receio de a lista ser copiada ou vendida. “Muitos colocaram em dúvida a responsabilidade da Anvisa.  Enfim, diante da lógica deles, se foram compartilhados e-mails, outras informações também estariam vulneráveis.”

Os laboratórios de Cannabis e representantes que também receberam o e-mail dizem que jamais fariam uso da lista. Coincidência ou não, houve paciente que, a partir daquele dia, começou a receber propagandas pelo correio eletrônico. Foi o caso do técnico em farmácia e pesquisador de fitoterápico Alberto Giovannini, 60. “Desde então chegam propagandas de fabricantes de Cannabis”, diz ele, sem conseguir lembrar os nomes das empresas. “Se a Anvisa tem esse desleixo, como fica o resto? Foi uma falha, eu entendo isso, mas não deveria acontecer.”

Giovannini não se alterou com o acontecido. Porém diz que a exposição não é boa. “Já sou normalmente alvo de piadinhas dos amigos pelo fato de dar Cannabis para meu “anjinho azul” (nome dado as crianças autistas). Não fico nervoso, mas é chato e preconceituoso.”

A Anvisa não admite erro. Muito menos quebra de sigilo. Em um comunicado geral a imprensa, deu o seguinte esclarecimento na última sexta (30): “A mensagem eletrônica então enviada compõe um conjunto de ações de comunicação, iniciadas no início desta semana e trata-se, portanto, da ampliação do conhecimento sobre a extensão da validade da Autorização de Importação de produtos à base de canabidiol. As medidas são fruto da revisão da RDC 17/2015 e buscam a otimização dos prazos e por consequência melhoria e extensão ao acesso dos medicamentos. A Anvisa trabalha pela melhoria e eficiência de seus processos. Neste contexto, foi encaminhado conteúdo meramente informativo, que não contempla informação sigilosa. As novas estratégias de comunicação permitirão que um maior número de pessoas tenham conhecimento da simplificação adotada para garantir o direito à saúde do cidadão.”

Para os pacientes, o acontecido é mais um dissabor neste processo desgastante, onde cada avanço tem por de trás a luta de familiares e doentes pelo direito ao acesso do tratamento, que inclui manifestações públicas, ações na justiça e até o risco da compra do produto no mercado paralelo.

 

 

 

 

 

 

 

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