Cannabis Inc. https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br Notícias de saúde e negócios Thu, 25 Nov 2021 16:04:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 InCor dá protagonismo ao Brasil ao fazer a primeira pesquisa mundial de CBD para pós-covid e insuficiência cardíaca https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/09/15/incor-da-protagonismo-ao-brasil-ao-fazer-a-primeira-pesquisa-mundial-de-cbd-para-pos-covid-e-insuficiencia-cardiaca/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/09/15/incor-da-protagonismo-ao-brasil-ao-fazer-a-primeira-pesquisa-mundial-de-cbd-para-pos-covid-e-insuficiencia-cardiaca/#respond Wed, 15 Sep 2021 10:04:54 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/15701443005d96802cf3e9b_1570144300_5x2_lg-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2357 O Brasil ganha protagonismo na área da ciência canábica graças ao InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Centro de referência nacional em saúde, ali serão realizadas duas pesquisas inéditas com CBD (Canabidiol, substância derivada da Cannabis).

A primeira analisa os efeitos no tratamento da síndrome pós-covid, doença cujos pacientes continuam com os sintomas da infecção, mesmo depois de curados. Eles sofrem com dores de cabeça, perda do olfato, da cognição, da locomoção e problemas respiratórios, entre tantos outros. A pós-covid pode durar de seis semanas a nove meses, de acordo com especialistas internacionais.

A segunda tem como foco os doentes com insuficiência cardíaca. São pessoas com coração fraco, que não bombeia o sangue necessário para o pleno funcionamento do organismo. A doença atinge 2% da população mundial.

“Leva a uma fragilidade tão grande, que os pacientes não possuem força suficiente para comer ou tomar banho. Eles precisam de ajuda para todas essas atividades corriqueiras”, diz o Edimar Bocchi, um dos autores da pesquisa, e diretor do Núcleo de Insuficiência Cardíaca e Dispositivos Mecânicos para Insuficiência Cardíaca.

Sabe-se que o Brasil não tem como hábito priorizar as pesquisas. O governo gasta o relativo a 1,16% do PIB em Ciência, menos do que a média mundial de 1,79%. Os dados são do Relatório de Ciência da Organização das Nações Unidas, intitulado “A corrida contra o tempo por um desenvolvimento mais inteligente; resumo executivo e cenário brasileiro”.

Entre 2014 e 2018, o investimento global na Ciência aumentou 19%. O dado seria animador se China e EUA não representassem 60% dessa porcentagem. Ou seja, a maioria dos países investem pouquíssimo, se comparado com essas duas potencias econômicas.

No meio a tudo isso, temos a pandemia do coranavírus. Doença infecciosa, a covid ceifou 4,5 milhões de vidas e levou o mundo a uma grande crise econômica. Obrigatoriamente, por uma questão de sobrevivência, o mundo voltou a atenção à importância da ciência. A pesquisa virou o único caminho para a vacina e a possibilidade de uma vida normal.

InCOr desenvolve duas pesquisas inéditas com CBD
Edimar Bocchi é um dos autores das pesquisas do InCor com CBD (Foto:Divulgação).

No entanto, o dinheiro para os estudos de Bocchi não veio do governo. As duas pesquisas do InCor serão financiadas pela VerdeMed, empresa canadense, com sócios brasileiros, de Cannabis medicinal. Essa companhia, assim como as demais do setor, precisam desenvolver estudos clínicos para que em cinco anos continuem com o registro do produto na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária).

Em 2019, a agência aprovou a RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) 327, que regula a Cannabis medicinal no Brasil. Pela primeira vez, o país permitiu o registro desses produtos, desde que fabricados por laboratórios, que cumpram uma série de exigências. Entre elas, que a partir da aprovação ficam obrigados a apresentar estudos clínicos no prazo de cinco anos.

A Verdemed está no corredor da aprovação. Tem dois produtos esperando pelo registro na Anvisa. E, antes mesmo de consegui-lo, abriu os cofres para fornecer o medicamento para a pesquisa. Há quem diga que o investimento total esteja em torno de R$ 25 milhões, mas a empresa, que foi procurada para a matéria, não fala sobre valores. Os organizadores procuram mais apoiadores.

Mas quem lucra de fato são os pacientes. Ao realizar as duas pesquisas, o InCor confere mais seriedade à Cannabis medicinal, que enfrenta grande preconceito. CBD é ciência. Caso não fosse, não estaria no rol de interesse de um dos mais renomados centros de referência do Brasil.

Vale lembrar que outros centros sérios já incluíram o CBD como terapia de doenças crônicas, caso do Hospital Oswaldo Cruz e do Hospital Sírio Libanês, que também estão envolvidos em estudos clínicos.

 

 

]]>
0
Pesquisadores brasileiros anunciam estudo do mecanismo de ação da Cannabis nas células nervosas https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/11/23/pesquisadores-brasileiros-anunciam-estudo-do-mecanismo-de-acao-da-cannabis-nas-celulas-nervosas/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/11/23/pesquisadores-brasileiros-anunciam-estudo-do-mecanismo-de-acao-da-cannabis-nas-celulas-nervosas/#respond Mon, 23 Nov 2020 20:40:32 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/entourage-phytolab-Rodrigo-BragaDivulgação-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1729 Cannabis medicinal tem efeito positivo em doenças graves, de difícil tratamento e ligadas a uma disfunção nervosa, como o Parkinson, o Alzheimer e a Epilepsia. Nos consultórios, multiplicam-se as notícias de casos bem-sucedidos ao redor do mundo. No Brasil, na última segunda-feira (16), o Cannabis Inc. publicou a história de um agricultor paranaense, com Alzheimer, que se submeteu à terapia ainda experimental com THC e deixou de ter “brancos” na memória em dois meses.

Apesar de os médicos saberem da eficiência, a explicação da ação dessas substâncias derivadas da Cannabis ainda é vaga. O Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e o laboratório de Cannabis medicinal Entourage Phytolab anunciaram que, em 2021,  começam a desvendar o mecanismo dos diferentes compostos canabinoides no sistema nervoso.

O procedimento não é invasivo. Células epiteliais serão recolhidas a partir da urina dos voluntários. No laboratório, os cientistas as transformarão em células troncos pluripotentes, ou seja, com capacidade de virar a estrutura para qualquer parte do organismo. Neste caso, em tecidos neurais. Vale lembrar que cada célula possui o material genético do doador.  Isso possibilita o estudo aprofundado da ação das substâncias canabinoides e a avaliação positiva e negativa em cada caso.

“O principal objetivo é compreender melhor os diferentes potenciais dessas substâncias e de suas diversas combinações. A partir desses primeiros resultados, poderemos selecionar os melhores caminhos de desenvolvimento terapêutico, que no futuro deverão evoluir para ensaios clínicos com nossos próprios medicamentos fitoterápicos”, diz Caio Abreu, fundador e CEO da Entourage Phytolab, que atua em pesquisas há 5 anos.

“Nosso primeiro medicamento chega ao mercado em 2021 e será usado no tratamento de epilepsia. A parceria com o Instituto D’Or vai ajudar no desenvolvimento de outros medicamentos, voltados para condições como dores e doenças inflamatórias crônicas.”

 

 

]]>
0
Pesquisa científica inédita no Brasil analisa a eficácia da Cannabis no tratamento de enxaqueca https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/11/20/pesquisa-cientifica-inedita-no-brasil-analisa-a-eficacia-da-cannabis-no-tratamento-de-enxaqueca/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/11/20/pesquisa-cientifica-inedita-no-brasil-analisa-a-eficacia-da-cannabis-no-tratamento-de-enxaqueca/#respond Fri, 20 Nov 2020 23:58:02 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/enxaqueca-1-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1703 A Canopy Growth, uma das gigantes canadenses de Cannabis, e o Hospital Israelita Albert Einstein, centro de excelência em medicina, vão investir juntos em uma pesquisa inédita no Brasil. Com desenho e orçamento aprovado pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), o estudo clínico pretende analisar 110 pacientes com enxaqueca crônica, em tratamento convencional, mas sem grandes avanços nos resultados. O objetivo é testar a eficiência da Cannabis nestes casos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde a enxaqueca é a 10ª doença mais incapacitante e atinge 15% da população mundial. As mulheres são as maiores vítimas. O número de casos entre elas é mais do que o dobro do que entre os homens, segundo o Ministério da Saúde do Brasil.

Muitos pacientes serão selecionados dentro do próprio banco de dados do hospital, pelo coordenador do estudo, Alexandre Kaup, neurologista especializado em cefaléias, distonias e espasticidades. Além de ser pesquisador clínico do Einstein, ele coordena o Departamento Científico de Neuroepidemiologia da Academia Brasileira de Neurologia. Mas isso não quer dizer que outras pessoas não possam participar. “O mais importante é o voluntário estar dentro dos critérios”, explica Kaup.

“Há mais de 150 tipos de cefaléias. Entram no estudo os casos crônicos. Trata-se de quadros graves que se repetem pelo menos três vezes por ano”, diz Kaup. “Entra nesta categoria a dor de cabeça persistente acompanhada de sintomas como náusea, fotofobia e irritabilidade provocada por barulho durante 15 dias ou mais.”

O neurologista Alexandre Kaup, especializado no tratamento de cefaléias, coordena a pesquisa com Cannabis no Einstein. (Foto: Divulgação)

“Vamos acabar com o argumento de que não existe pesquisa científica de Cannabis”, diz  o médico Wellington Briques, diretor global para a área médica da Canopy Growth, referindo-se ao argumento mais contundente contra o tratamento com as substâncias da planta.

No Brasil, a ciência já não é uma prioridade, mas perde ainda mais relevância aos olhos dos coordenadores das instituições quando objeto do estudo é a Cannabis. O plantio não é permitido nem para estudo nas universidades, com exceção das que estão no estado do Rio de Janeiro. A importação da matéria prima aumenta muito o orçamento, sem contar o preconceito sobre o tema..

Wellington Briques: idealizador da pesquisa. (Foto: Divulgação)

Briques foi o grande responsável pelo estudo se concretizar. Meu primeiro encontro com o médico foi em junho de 2019, quando a Canopy Growth anunciou a chegada no Brasil a um pequeno grupo de jornalistas durante coletiva. Ele era um dos executivos do grupo, mas chamava a atenção pela tranquilidade, simpatia, discrição e modos polidos de cavalheiro– mas principalmente por ter uma meta bem clara, a pesquisa científica.

Desde que chegou à São Paulo, o cenário econômico internacional mudou muito. O mercado de Cannabis passou por queda de vendas e grandes empresas como a Canopy tiveram de enxugar custos. Veio ainda a pandemia da Covid-19. Mesmo assim, Briques continuou firme sobre a necessidade das pesquisas científicas. “Temos muitas evidências clínicas nos consultórios que precisam ser confirmadas.”No início do mês, ele me ligou com a excelente notícia de que finalmente estava com o projeto redondo.

“O estudo será duplo cego. Metade receberá CBD (canabidiol) e THC (tetrahidrocanabidiol) e a outra metade,  placebo”, conta. O recrutamento de voluntários  já começou. Fique de olho, em 2021 começa a pesquisa com os pacientes selecionados que serão acompanhados por 1 ano.

 

 

]]>
0
Novo livro científico de Cannabis medicinal reunirá 80 autores https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/09/08/novo-livro-cientifico-de-cannabis-medicinal-reunira-80-autores/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/09/08/novo-livro-cientifico-de-cannabis-medicinal-reunira-80-autores/#respond Tue, 08 Sep 2020 15:35:51 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/ruderalis-cannabis-leaf-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1370 Quando vem à tona o assunto Cannabis medicinal, não é raro ouvir sobre a falta de pesquisa sobre o tema. Para provar que não é bem assim, a psiquiatra pernambucana Ana Hounie resolveu organizar um livro com artigos científicos. “Faremos o primeiro Tratado da Cannabis medicinal”, disse ela.

O projeto está em andamento. A execução do livro tem o apoio da também psiquiatra Eliana Nunes, diretora da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudo da Cannabis), uma profissional muito integrada na luta pela democratização do tratamento.

Entre os colaboradores, nome conhecidos como o psiquiatra Dartiu Xavier, pesquisador da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Fabrício Pamplona, farmacologista de canabinóides, e Rafael Dutra, pesquisador da UFSC (Universidade Federal de Santa catarina).

Até o momento 80 autores aderiram à obra. “Vamos fazer uma espécie de bíblia da Cannabis, que poderá ser muito importante para as universidades, que logo terão de incluir a matéria nas Faculdades de Medicina”, diz Nunes. A princípio serão dois volumes, um deles com cerca de 300 páginas.

Em 2019, a UFSC foi notícia aqui no blog porque disponibilizou pela primeira vez a Edocanabiologia, como disciplina optativa. A matéria estuda as substâncias orgânicas e inorgânicas da Cannabis. A universidade catarinense foi pioneira, pelo que se tem notícia.

As organizadoras garantem que a linguagem não será acadêmica, mas simples e coloquial. Está prevista a edição em português, a princípio.

Hounie também pretende incentivar o estudo e a pesquisa, por isso abriu um crowdfunding de apoio ao Tratado. “Do total arrecadado,  20% deste dinheiro irá para a SBEC.  O restante será para viabilizar o projeto.” A iniciativa está dando certo. As contribuições já passaram dos R$ 15 mil. Para participar, basta clicar neste link. O valor mínimo é R$ 25.

 

 

]]>
0
Pai da Cannabis explica a medicação revolucionária que desenvolveu https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/08/07/pai-da-cannabis-explica-a-medicacao-revolucionaria-que-desenvolveu/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/08/07/pai-da-cannabis-explica-a-medicacao-revolucionaria-que-desenvolveu/#respond Fri, 07 Aug 2020 19:54:16 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/08/mechoulam-reproduçnao-youtube-e1596831852340-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1206 Na década de 1960, ele descobriu o sistema endocanabinoide – um conjunto específico de receptores do corpo humano, que decodificam informações para a ação farmacológica da Cannabis. Foi assim que o búlgaro, filho de judeus, Raphael Mechoulam, 89, virou referência mundial.

Em julho deste ano, ele anunciou ao mundo outra descoberta, um novo composto elaborado a partir de substâncias da planta– o EPM 301 (éster metílico do ácido canabidiolico). O composto suprime a ansiedade e o vômito.

Esta semana, ele explicou para uma platéia de brasileiros porque a descoberta dele é mais uma vez revolucionária. “O composto será um grande diferencial no tratamento de pacientes com câncer em quimioterapia, de doentes com inflamação no intestino e com psoríase (uma dermatite que descama e causa manchas avermelhadas na pele)”, disse Mechoulam.

Na última terça-feira (4), o pesquisador foi a atração internacional do CNABIS (Congresso Digital de Cannabis Medicinal), evento gratuito e aberto ao público organizado pela plataforma Dr. Cannabis. Mechoulam explicou que venceu o desafio de estabilizar componentes da planta para serem produzidos em larga escala.

Batizado de EPM 301 (éster metílico do ácido canabidiolitico), o medicamento é um composto de canabiolíticos, substâncias que existem na planta antes de os canabinoides serem produzidos pela mesma. Uma espécie de pré-canabinoides mais potentes que os famosos THC (tetrahidrocanabidiol, que dá o barato) e CBD  (canabidiol).

EPM também é nome da empresa americana global de biotecnologia que patenteou o composto 301. As patentes são fundamentais para indústria farmacêutica ver o dinheiro investido nas pesquisas retornarem aos cofres da empresa e ainda lucrar. Isso explica, em parte, a demora para as grandes do setor entrarem no negócio da Cannabis. “Gerações mais novas poderão colher os benefícios”, disse Mechoulam durante o CNABIS.

Mechoulam migrou, em 1949,  para Israel, onde estudou Química Orgânica. Atualmente é professor e pesquisador da Universidade Hebraica de Jerusalém. Apesar de ter quase nove décadas de vida, tem a energia de um garoto. “A Cannabis medicinal não está sendo usado na clínica como deveria”, costuma dizer nas entrevistas que dá pelo mundo para impulsionar os benefícios médicos da planta.

Mechoulam conhece bem o Brasil e os EUA, países que já colaborou cientificamente. “Há 40 anos, desenvolvi uma pesquisa com Elisaldo Carlini”, disse durante o evento. Ele se refere ao professor emérito da Universidade Federal de São Paulo e diretor do Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas, que hoje está com 91 anos. Na época, os dois procuravam desvendar os efeitos da Cannabis na epilepsia, porém não conseguiram avançar muito.

“Mais tarde, surgiram as comprovações de que de fato reduz a quase zero as crises convulsivas”, disse Mechoulam, que em 2018 viu o FDA aprovar o Epidiolex, fabricado pela inglesa GW Pharmaceutical. Era o primeiro remédio à base de Cannabis para casos raros de epilepsia infantil.

]]>
0