Cannabis Inc. https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br Notícias de saúde e negócios Thu, 25 Nov 2021 16:04:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Peru aprova a primeira fórmula similar ao Mevatyl, produto de Cannabis considerado alternativa aos opioides https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/11/22/peru-aprova-a-primeira-formula-similar-ao-mevatyl-produto-de-cannabis-considerado-alternativa-aos-opioides/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/11/22/peru-aprova-a-primeira-formula-similar-ao-mevatyl-produto-de-cannabis-considerado-alternativa-aos-opioides/#respond Tue, 23 Nov 2021 01:50:30 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/Verdemed-Tetraidrocanabinol-Canabidiol-1-1-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2507  

Desde 2017, o Mevatyl é o único produto de Cannabis registrado pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) no Brasil, para o alívio dos sintomas do câncer – dores e enjoo – e da espasmocidade provocada pela esclerose múltipla. Produzido pela inglesa GW Pharmaceuticals foi originalmente batizado de Sativex, mas aqui mudou de nome.

Na sexta-feira, 19, a Digimed –órgão sanitário, equivalente à Anvisa no Peru– registrou a primeira fórmula similar no mundo. Trata-se do Sativyl, da Farmacêutica Verdemed, com 27 mg/ml de THC (tetrahidrocanabidiol, substância psicoativa) e 25 mg/ml de CBD (canabidiol). Segundo os médicos, a proporção quase igual dos dois canabinoides é o diferencial para aliviar as dores fortes. O vidro tem 10 ml e 250 mg de concentração.

De acordo com dados do IARC (Agência Internacional para Pesquisa em Câncer), o número de casos foi de 19 milhões em todo o mundo em 2020. Já a esclerose múltipla –doença autoimune, degenerativa e progressiva – atinge 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a incidência é de 15 pessoas em cada 40 mil, segundo o OMS (Organização Mundial de Saúde).

Tanto o medicamento da GW como da Verdemed são alternativas aos opioides, classe de medicamento conhecido pela eficiência n combate à dor.  Mas causam dependência química e podem levar o paciente à morte.

A longo prazo, o paciente com dor crônica, em geral, precisa de doses cada vez maiores para aliviar a dor. Nos EUA, o aumento do consumo virou questão de Saúde Pública. Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão americano de saúde, registrou aumento de 28,5% das mortes por abuso de opioides, de abril de 2020 até o mesmo mês deste ano –em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O produto também é um substituto dos medicamentos clássicos contra o enjoo e o vômito, sintomas provocado pelo tratamento de quimioterapia. Há uma parcela da população refratária aos antieméticos alopáticos, que sobrecarregam o fígado. Além disso, o Sativyl é um fitoterápico.

Mas a grande vantagem do lançamento da Verdemed no Peru é o preço. O Sativyl sairá pela metade do custo do Mevatyl, que é vendido a R$ 3,4 mil a caixa, com três frascos com 10 ml (spray), nas farmácias brasileiras. “Nossa caixa com três vidros deve ficar entre R$ 1.600 e R$ 1800. No início do ano já estaremos com o produto à venda no comércio peruano”, garante José Bacellar, CEO da Verdemed.

Quando o produto vem para o Brasil? A empresa já entrou com a documentação para análise do produto na Anvisa. Enquanto o pedido de registro tramita, a alternativa para o paciente seria importar o Sativyl. Porém, a empresa não sabe ainda se e quando haverá essa possibilidade. Aguardemos por mais novidades.

 

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Avisa altera norma para otimizar importação de produtos de Cannabis https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/10/07/avisa-altera-norma-para-otimizar-importacao-de-produtos-de-cannabis/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/10/07/avisa-altera-norma-para-otimizar-importacao-de-produtos-de-cannabis/#respond Thu, 07 Oct 2021 20:38:49 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/cannabis-medicinal-imagem--300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2416 A Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) vai otimizar a importação dos produtos derivados da Cannabis, como o CBD (canabidiol). Isso se deve ao aumento de 400% ao ano do volume de pedidos de importação. Em 2015, o órgão recebeu 896 processos para analisar. Até meados de setembro de 2021, eles chegaram a 22.028, de acordo com dados da Anvisa.

Esse avanço se deve a publicação, da nova RDC (Resolução da Diretoria Colegiada) 570/2021, nesta quarta-feira (6), no Diário Oficial da União. Ela altera alguns itens da normativa atual (RDC 335/2020), que autoriza a importação individual por pacientes mediante a prescrição médica.

O objetivo é diminuir o tempo de análise e aprovação e consequentemente acelerar o acesso ao medicamento. A Anvisa é alvo de reclamações constantes dos consumidores, em geral, doentes com síndromes raras e crônicas, que chegam a esperar até 30 dias pela autorização –apesar de o órgão estabelecer o prazo de 20 dias, o que também é muito.

Para ter uma ideia, muitos oncologistas evitam receitar a Cannabis medicinal, por receio de o tratamento ser interrompido por falta de produto. Ela tem eficiência na dor crônica e no controle das náuseas, o que ajuda na boa alimentação e, consequentemente, na melhora do processo da recuperação do paciente.

De acordo com a nova resolução, a aprovação será realizada em cima de dados de um cadastro simplificado de produtos de Cannabis. São as marcas constantes em Nota Técnica de Produtos Controlados da Anvisa. A avaliação será baseada em uma lista de produtos importados, produzidos e distribuídos por estabelecimentos regularizados pelas autoridades competentes dos países de origem.

Outra alteração será a validade da prescrição, que passa a ser apenas de seis meses. Era indeterminada, desde que o país entrou em situação de Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional. Mas essa regra só será alterada depois que o Ministério da Saúde publicar mudança de situação na Saúde.

A fiscalização aduaneira continua sujeita à autoridade sanitária, mas o processo também deve ser simplificado. Essa é uma etapa importante, onde as encomendas ficam retidas com frequência, atrasando ainda mais a entrega na casa do comprador. Se você quer saber mais, fique de olho no site da Anvisa, que deve fazer uma webinar esclarecendo todas as mudanças.

 

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Vigilância Sanitária fecha laboratório de associação de pacientes de Cannabis medicinal https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/10/06/vigilancia-sanitaria-fecha-laboratorio-de-associacao-de-pacientes-de-cannabis-medicinal/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/10/06/vigilancia-sanitaria-fecha-laboratorio-de-associacao-de-pacientes-de-cannabis-medicinal/#respond Wed, 06 Oct 2021 22:35:10 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/oleo-produzido-no-laboratório-Flor-da-Vida-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2406 Era esperada a decisão da Vigilância Sanitária de lacrar o laboratório da associação Flor da Vida, nesta quarta-feira (6), em Franca (SP).  A entidade que atende 1800 pacientes de Cannabis medicinal não tem alvará de funcionamento. Além disso, o fiscal encontrou irregularidades, como falta de extintor e ar-condicionado.

“De acordo com o funcionário da Vigilância Sanitária, são pendências pequenas, fáceis de serem corrigidas, mas essas não são a principal razão para o fechamento”, diz o fundador da associação Enor Machado.

Apesar do resultado negativo, ele está até aliviado. “Fiquei com medo de que houvesse truculência por parte da polícia, que carregassem os computadores, por exemplo. Mas o delegado da Dise (Delegacia de Investigação para Entorpecentes) apenas acompanhou o funcionário da Vigilância Sanitária. Foi muito tranquilo”, elogiou Machado.

O advogadoAntônio Pinto Filho, da Flor da Vida, explica os problemas burocráticos da entidade. “Não temos alvará de funcionamento para o laboratório, porque somos uma associação. Para pedir o documento precisaríamos abrir um CNPJ de laboratório fitoterápico, porém mesmo assim não conseguiria permissão, porque produzimos e fornecemos o óleo de Cannabis medicinal.”

Há dois anos, a Flor da Vida entrou com um processo civil com pedido especial para plantio da Cannabis e fornecimento do óleo.  A esperança era conseguir uma liminar para plantar e produzir o óleo, até que o processo fosse julgado. “Seria um jeito de trabalharmos com mais segurança”, diz Machado.

O advogado Pinto Filho lembra que “a mesma estratégia foi usada por outras associações, como a Apepi, do Rio de Janeiro, e a Abrace, da Paraiba”.  Ainda de acordo com o advogado, no ano passado, a associação conseguiu parecer favorável do Ministério Público, que pediu duas diligência para inspecionar o local. Uma para averiguar a segurança do patrimônio – para levantar se havia cerca elétrica e câmeras, por exemplo.

A outra diligência foi sanitária. Ela aconteceu nesta quarta-feira (6) e resultou no fechamento do laboratório. Para complicar ainda mais a causa, o juiz extinguiu o processo. Por isso, na semana passada, Pinto Filho entrou com pedido de habeas corpus para plantio e produção do óleo para 1.800 pacientes.

A Cannabis medicinal tem eficiência comprovada em diversas doenças raras, como é o caso da epilepsia.  Em 2015,  a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) regulamentou a importação para uso compassivo e individual. Para tanto, o paciente é obrigado encaminhar a receita médica para o órgão. Só depois do documento aprovado, consegue fazer o pedido de compra no exterior.

Em 2019, a Anvisa publicou a RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) 327. A partir daí, passou a permitir a fabricação nacional de produtos de Cannabis, apenas por laboratório farmacêutico. A comercialização ainda depende da aprovação sanitária, como acontece com qualquer outro medicamento. Detalhe: a matéria-prima usada tem de ser importada, pois o cultivo é considerado crime no Brasil.

“Trata-se de um paradigma desatualizado com as melhores práticas de saúde pública adotadas por  diversos países como Alemanha, Austrália e Canadá”, diz Henderson Fürst, advogado e presidente nacional da Comissão Especial de Bioética da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

“Embora a RDC 327 (da Anvisa) autorize a importação do CBD para a produção de medicamento, o acesso quase exclusivo pelo mercado estrangeiro deixa os pacientes à mercê do câmbio e dos interesses do mercado internacional.” Há apenas uma marca de CBD (Canabidiol, substância derivada da Cannabis) à venda nas farmácias do país, que custa por volta de R$ 2.300.

Fürst ressalta que o país aprendeu com a pandemia o quanto fica vulnerável, quando não se privilegia a ciência, a tecnologia e o mercado nacional. “A saúde é direito de todos e dever do Estado e, para muitos pacientes, a Cannabis medicinal é o melhor tratamento”.

 

 

 

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Sem autorização de plantio, associação com 1800 pacientes de Cannabis medicinal pode ser fechada https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/10/05/sem-autorizacao-de-plantio-associacao-com-1800-pacientes-de-cannabis-medicinal-pode-ser-fechada/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/10/05/sem-autorizacao-de-plantio-associacao-com-1800-pacientes-de-cannabis-medicinal-pode-ser-fechada/#respond Wed, 06 Oct 2021 02:55:12 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/10/Eduardo-sobrinho-de-Eron-Flor-da-Vida-WhatsApp-Image-2021-10-05-at-21.45.42-e1633487708196-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2392 A Flor da Vida, associação de pacientes de Cannabis medicinal, corre o risco de ser lacrada nesta quarta-feira (6). Localizada em Franca (SP), ela atende 1.800 pessoas –a maioria crianças de até 5 anos. Mas tem também adultos e idosos com doenças raras, como autismo, epilepsia, Alzheimer e Parkinson.

A questão é a mesma que ameaça tantas outras associações espalhadas pelo Brasil. “No país, plantar Cannabis, mesmo que para fim medicinal, é crime. Há dois anos, montamos oficialmente a associação e entramos com uma ação contra a União e a Anvisa para conseguirmos o direito do plantio”, explica Enor Machado, de 30, fundador da Flor da Vida. Porém, esse instrumento jurídico de proteção ainda não saiu.

“Enquanto esperamos a decisão da Justiça, continuamos produzir o óleo medicinal para os pacientes. Nunca escondemos que estávamos funcionando”, diz ele. “Mesmo em situação de desobediência civil, não podemos deixar de atender tantas pessoas que precisam do óleo.”

Nesta quarta (6), acaba o prazo que o Ministério Público, a Secretaria da Saúde (Vigilância Sanitária) e a Dise (Delegacia de Investigação sobre Entorpecentes) deram para inspecionar a associação, que pode ser fechada. Associações, advogados e pacientes se pronunciaram a favor da entidade.

Associação Flor da Vida, em Franca
Uma das atividades lúdicas oferecidas na associação (Foto: divulgação)

“É de conhecimento público que pende no Brasil a regulamentação de acesso ao fitorápico e ao vegetal para uso terapêutico, a contrário senso do que ocorre em mais de 50 países reforçando o estigma que habita em nossa sociedade desde que os higienistas do século 19 promulgaram a lei do Pito do Pango, em 4 de outubro de 1930, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.” Escreveu a SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis) na carta de apoio a Flor da Vida. “Antes ao exposto a SBEC presta solidariedade e apoio à Associação Flor da Vida…”

A associação começou quando Enor conseguiu desenvolver um óleo para o sobrinho, Eduardo, com 2 anos, na época. “Ele nasceu com autismo. Cerca de 90% dos autistas não falam. A Cannabis medicinal trata as inflamações como nenhum outro medicamento. Eduardo está saindo do espectro autista para ter autonomia”, conta.

Hidroterapia da For da Vida: ajuda no tratamento das crianças (Foto:divulgação)

 

“Tinha de dividir o benefício que consegui para o meu sobrinho com as outras famílias, que passam pelos mesmos problemas.” Foi assim que surgiu a associação. Hoje ela tem três casas, 25 colaboradores contratados, e oferece atividades como hidroterapia e fisioterapia.

A Flor da Vida não é a primeira associação a ter o funcionamento ameaçado pela Justiça. Nem será a última, até que exista uma regulamentação sobre o plantio. Enquanto isso, na Câmara dos Deputados ,o PL-399/2005 , está parado. De autoria do deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE) e posteriormente redigida pelo deputado Luciano Ducci (PSB-PR), regulamenta o plantio do cânhamo medicinal para medicamento ser acessível ao todos os pacientes. Vale destacar que um CBD sai R$ 2.300, em média, na farmácia, pois só há uma marca com autorização sanitária à venda. A associação Flor da Vida repassa as gotinhas do óleo artesanal a partir de R$ 150.

 

 

 

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No dia mundial do Alzheimer, cientista antecipa progresso na pesquisa com tratamento de THC https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/09/21/no-dia-mundial-do-alzheimer-cientista-antecipa-progresso-na-pesquisa-com-tratamento-de-thc/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/09/21/no-dia-mundial-do-alzheimer-cientista-antecipa-progresso-na-pesquisa-com-tratamento-de-thc/#respond Tue, 21 Sep 2021 21:16:54 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/10/Francisney-Nascimento-e1602293304313-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2374 Nesta terça-feira, 21, o dia mundial do Alzheimer foi motivo para pesquisadores brasileiros renovarem as esperanças no tratamento com a Cannabis medicinal. Mais especificadamente com o THC (tetrahidrocanabidiol, substância derivada da planta).

Em dose baixa –de meia miligrama em extrato full spectrum rico na substância–, ela não  provoca os feitos psicotrópicos característicos do canabinoide e diminui os sintomas do Alzheimer, demência senil, sem tratamento.

A esperança de progresso vem de um grupo de pesquisadores da Unila (Universidade Universidade Federal da Integração Latino-Americana), que encerra uma pesquisa de quatro anos com pacientes de Alzheimer, em janeiro de 2022. “Ainda não identificamos o que cada grupo está tomando, mas há uma parte de idosos com progressos visíveis”, diz Francisney Nascimento, coordenador do grupo de pesquisa e professor de Medicina e Biociência da Unila. A pesquisa recebe o suporte da Abrace (Associação Brasileira de Assistência às Famílias Portadoras de Câncer e Hemopatias), que fornece o medicamento.

O paciente zero foi o agricultor Delci Ruver, de 78, da cidade de Planalto, com 12 mil habitantes, no interior do Paraná, diagnosticado com Alzheimer. Ele recebe o tratamento com extrato de THC desde 2018. O pesquisador pode medir os avanços no estado clínico dele. “No teste minimental, padrão para avaliar demência, o paciente apresentou escore superior ao do início do tratamento, o que demonstra que recobrou parte da atividade da memória perdida”, diz Nascimento.

“A ação do THC no hipocampo, região da memória, faz crescer novos brotamentamentos neuronais (dendritos, ramificação entre os neurônios).” O pesquisador explica que esse é o problema do Alzheimer. Os neurônios não morrem, mas as conexões entre eles que se enfraquecem. As hipóteses científicas são efeito anti-inflamatório, antienvelhecimento, e brotamento neural.

A pesquisa inclui também a avaliação do estresse oxidativo e a oxidação com a coleta do líquido cefalorraquidiano a cada seis meses. “Vamos dosar no sangue se esses fatores levantados em experimentos anteriores são reduzidos pelo THC.”

O caso de Delci virou um artigo científico, que será publicado no Journal of Medical Case Reports, em breve. Nascimento explica que estudos realizados com animais demonstram a eficiência do THC em aumentar a conexão entre os neurônios, possibilitando atividade cerebral mais intensa. O pesquisador deixou aqui um recado para os doentes e familiares especialmente para os leitores do Cannabis Inc. Assista aqui.

 

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InCor dá protagonismo ao Brasil ao fazer a primeira pesquisa mundial de CBD para pós-covid e insuficiência cardíaca https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/09/15/incor-da-protagonismo-ao-brasil-ao-fazer-a-primeira-pesquisa-mundial-de-cbd-para-pos-covid-e-insuficiencia-cardiaca/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/09/15/incor-da-protagonismo-ao-brasil-ao-fazer-a-primeira-pesquisa-mundial-de-cbd-para-pos-covid-e-insuficiencia-cardiaca/#respond Wed, 15 Sep 2021 10:04:54 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/15701443005d96802cf3e9b_1570144300_5x2_lg-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2357 O Brasil ganha protagonismo na área da ciência canábica graças ao InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Centro de referência nacional em saúde, ali serão realizadas duas pesquisas inéditas com CBD (Canabidiol, substância derivada da Cannabis).

A primeira analisa os efeitos no tratamento da síndrome pós-covid, doença cujos pacientes continuam com os sintomas da infecção, mesmo depois de curados. Eles sofrem com dores de cabeça, perda do olfato, da cognição, da locomoção e problemas respiratórios, entre tantos outros. A pós-covid pode durar de seis semanas a nove meses, de acordo com especialistas internacionais.

A segunda tem como foco os doentes com insuficiência cardíaca. São pessoas com coração fraco, que não bombeia o sangue necessário para o pleno funcionamento do organismo. A doença atinge 2% da população mundial.

“Leva a uma fragilidade tão grande, que os pacientes não possuem força suficiente para comer ou tomar banho. Eles precisam de ajuda para todas essas atividades corriqueiras”, diz o Edimar Bocchi, um dos autores da pesquisa, e diretor do Núcleo de Insuficiência Cardíaca e Dispositivos Mecânicos para Insuficiência Cardíaca.

Sabe-se que o Brasil não tem como hábito priorizar as pesquisas. O governo gasta o relativo a 1,16% do PIB em Ciência, menos do que a média mundial de 1,79%. Os dados são do Relatório de Ciência da Organização das Nações Unidas, intitulado “A corrida contra o tempo por um desenvolvimento mais inteligente; resumo executivo e cenário brasileiro”.

Entre 2014 e 2018, o investimento global na Ciência aumentou 19%. O dado seria animador se China e EUA não representassem 60% dessa porcentagem. Ou seja, a maioria dos países investem pouquíssimo, se comparado com essas duas potencias econômicas.

No meio a tudo isso, temos a pandemia do coranavírus. Doença infecciosa, a covid ceifou 4,5 milhões de vidas e levou o mundo a uma grande crise econômica. Obrigatoriamente, por uma questão de sobrevivência, o mundo voltou a atenção à importância da ciência. A pesquisa virou o único caminho para a vacina e a possibilidade de uma vida normal.

InCOr desenvolve duas pesquisas inéditas com CBD
Edimar Bocchi é um dos autores das pesquisas do InCor com CBD (Foto:Divulgação).

No entanto, o dinheiro para os estudos de Bocchi não veio do governo. As duas pesquisas do InCor serão financiadas pela VerdeMed, empresa canadense, com sócios brasileiros, de Cannabis medicinal. Essa companhia, assim como as demais do setor, precisam desenvolver estudos clínicos para que em cinco anos continuem com o registro do produto na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária).

Em 2019, a agência aprovou a RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) 327, que regula a Cannabis medicinal no Brasil. Pela primeira vez, o país permitiu o registro desses produtos, desde que fabricados por laboratórios, que cumpram uma série de exigências. Entre elas, que a partir da aprovação ficam obrigados a apresentar estudos clínicos no prazo de cinco anos.

A Verdemed está no corredor da aprovação. Tem dois produtos esperando pelo registro na Anvisa. E, antes mesmo de consegui-lo, abriu os cofres para fornecer o medicamento para a pesquisa. Há quem diga que o investimento total esteja em torno de R$ 25 milhões, mas a empresa, que foi procurada para a matéria, não fala sobre valores. Os organizadores procuram mais apoiadores.

Mas quem lucra de fato são os pacientes. Ao realizar as duas pesquisas, o InCor confere mais seriedade à Cannabis medicinal, que enfrenta grande preconceito. CBD é ciência. Caso não fosse, não estaria no rol de interesse de um dos mais renomados centros de referência do Brasil.

Vale lembrar que outros centros sérios já incluíram o CBD como terapia de doenças crônicas, caso do Hospital Oswaldo Cruz e do Hospital Sírio Libanês, que também estão envolvidos em estudos clínicos.

 

 

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Mais um derivado da Cannabis (CBG) chega ao mercado e médicos fazem ressalvas https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/07/19/mais-um-derivado-da-cannabis-cbg-chega-ao-mercado-e-medicos-fazem-ressalvas/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/07/19/mais-um-derivado-da-cannabis-cbg-chega-ao-mercado-e-medicos-fazem-ressalvas/#respond Mon, 19 Jul 2021 22:39:49 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/IMG_8350-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2244 Já ouviu falar em CBG (Cannabigerol)? A maioria das pessoas não conhece esse derivado da Cannabis, mas ele vem sendo divulgado por três produtores, que comercializam o óleo do produto no Brasil. São tantas as promessas de terapias, que entrevistei três especialistas para saber quais as devidas indicações.

O CBG foi descoberto na década de 1960, pelo pesquisador israelense Raphael Mechoulam, também conhecido como o pai das pesquisas com Cannabis. Mas não foi tão pesquisado como os conhecidos CBD (Canabidiol) e o THC (Tetrahidrocanabidiol), por ser encontrado em baixa quantidade nas plantas (menos de 1%). Ao que parece, com o aumento do mercado de Cannabis medicinal, o CBG começou a sobrar nas empresas, que resolveram investir no produto.

“O CBG é um excelente antiinflamatório e é indicado para o tratamento de intestino irritado”, diz o neurocirurgião Pedro Pierro, conhecido prescritor de Cannabis medicinal. “No início, os pesquisadores achavam que se tratava de um potencializador do CBD, mas descobriram que, na verdade, ele mantém a dosagem do CBD por mais tempo. Por isso, indico como coadjuvante, para reduzir a dose necessária de CBD.”

O médico Pedro Piero, no consultório, prescreve o CBG como coadjuvante do CBD

 

O tema vem despertando a curiosidade dos pacientes. “Um deles chegou ao meu consultório dizendo que o  CBG faz neurogênese (formação de novos neurônios). Mas isso é marketing em cima de uma hipótese construída com base nos estudos realizados em animais”, diz a radiologista Paula Dall’Stella, especializada em medicina funcional, que faz parte da equipe do Núcleo de Cannabis Medicinal do Hospital Sírio Libanês. “Há poucos estudos com humanos. A grande maioria aponta para pesquisas com animais”, diz ela.

O CBG é conhecido como “mãe de todos os canabinoides”, por ser o precursor de muitos deles, incluindo o CBD e o THC. Este e outros produtos considerados inovadores, derivados da Cannabis medicinal, são objetos de estudos de clínicas, como a Thronus Medical e a Thronus Education, fundada pela médica brasileira Mariana Maciel, em Vancouver, no Canadá.

Ela explica o processo de transformação do CBG: “Na cadeia de biossíntese de canabinóides o CBGA é convertido em THCA em CBDA que se transformam em THC e CBD, respectivamente. Esse processo chama-se descarboxilação. Ele é induzido por calor e luz, que acontece no ciclo normal de floração da planta Cannabis. Com o tempo, a quantidade de CBGA vai diminuindo cada vez mais a medida que forma outros canabinóides. Mas uma parte dele também é descarboxilada em CBG.”

Maciel lembra que a Cannabis contém mais de 100 canabinoides. “O mercado internacional comercializa outros como Delta-8-THC, CBC e CBN, por exemplo. Mas realmente precisamos ter cuidado para não cair em falácias de marketing, estar atento às evidências científicas e preservar sempre a segurança do paciente.”

Seguem aqui as promessas de tratamento, que ainda precisam de confirmações de estudos clínicos:

  • tratamento de glaucoma, pois acredita-se que tem poder de diminuir a pressão intraocular,
  • redução de inflamações intestinais observadas em alguns camundongos,
  • tratamento de Huntington, doença causada pela degeneração das células nervosas, pesquisa de 2015, com camundongos, mostrou poder regenerador de neurônios,
  • indícios de bloquear os receptores que provocam o crescimento das células cancerosas,
  • inibidor das contrações da bexiga,

 

 

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Curso de culinária canábica é considerado terapêutico por associação https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/01/16/curso-de-culinaria-canabica-e-considerado-terapeutico/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/01/16/curso-de-culinaria-canabica-e-considerado-terapeutico/#respond Sat, 16 Jan 2021 23:04:53 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2019/08/ruderalis-cannabis-leaf-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1922 Começou neste sábado, 16, às 18h30, o primeiro curso on-line de gastronomia canábica, administrado pela pernambucana Paula Caroline, 38, autora de Maconha na Cozinha. As aulas foram elaboradas a partir da experiência que ela desenvolveu para ajudar no tratamento da mãe, que sofria de depressão.

“É um curso de culinária aplicada à terapia medicinal da Cannabis”, diz Eliane Nunes, psiquiatra e diretora geral da SBEC (Sociedade Brasileira de Pesquisa Canábica). O curso está hospedado no  YouTube da associação. “Não se prenda a preconceitos. Vou dar uma parte teórica e outra prática”, diz Caroline, que avisa: “Mas quando você for começara a aplicar o que aprendeu é importante ter o acompanhamento do médico.”

A teoria é um resumo da gastronomia canábica pelo mundo. Depois vem a parte mais prática, com dicas de plantio e de pratos. Vou dar uma de spoiler e entregar algumas das receitas que vão aparecer no curso– tudo à base de Cannabis.

  1. Leite
  2. Manteiga
  3. Óleo de coco
  4. Azeite
  5. Mel
  6. Sushi
  7. Molho de tomate

Apesar das inscrições estarem esgotadas, dá para assistir às aulas, porém, sem participar pelo chat ao vivo.

 

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Cresce a demanda por clínicas de Cannabis no Brasil https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/11/27/cresce-a-demanda-de-clinicas-de-cannabis-no-brasil/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/11/27/cresce-a-demanda-de-clinicas-de-cannabis-no-brasil/#respond Fri, 27 Nov 2020 22:30:40 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/Fabrizio-2-remederi-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1765 As clínicas médicas de Cannabis estão crescendo em tamanho e número no Brasil. A Gravital foi a primeira do gênero inaugurada no Rio de Janeiro em 2019, inspirada em um modelo canadense de negócio. Este ano, ela abriu outra unidade em Porto Alegre.

Em 2020, um grupo de médicos experientes no assunto fundou o Centro de Excelência Canabinoide, mais conhecido como CEC, em São Paulo– e em outubro expandiram para o Espirito Santo.

De fato, uma das grandes dificuldades do paciente é achar um médico especializado em Cannabis. O Brasil tem 466.135 profissionais, de acordo com o último estudo demográfico de 2018. Menos de 1% desta população tem conhecimento adquirido para tratar com as substâncias derivadas da planta. E as clínicas agrupam vários deles.

Outra questão é a concentração de médicos nos estados do Sudeste. São Paulo (132.195) e Rio de Janeiro (66.000) reunem a metade dos médicos do país. Existe aí um nicho a ser explorado. E se bem trabalhado vai facilitar muito a vida dos pacientes, principalmente daqueles que moram afastados dos centros médicos. Com a pandemia, todas as clínicas passaram a atender também por vídeo conferência.

Há mais novidades chegando por aí. Em dezembro, a Medicina In aterrissa no mercado como a primeira clínica que nasce totalmente on-line. “A plataforma surgiu pela dificuldade detectada na escolha de um médico capacitado”, diz Darwin Ribeiro, de 35, co-fundador do Medicina In. “As empresas de marketplace  geralmente reúnem uma lista de profissionais com especialidades diversas. Na Cannabis medicinal, funciona diferente. Não importa se o médico é neurologista ou ortopedista, o fundamental é conhecer o sistema canabinoide. Isso quase ninguém sabe”.

Darwin Ribeiro: clínica on-line, medicamentos e clube científico para médicos.(Foto: divulgação)

Ribeiro diz que ele mesmo desconhecia o assunto. Por isso, abriu a plataforma com um sistema simplificado, com preço padrão de consulta (por volta de R$ 250) e médicos que atendem como clínico geral. Os preços das consultas deste segmento estão em torno de R$ 1.000. “Há quem entenda que o médico mais caro é o melhor, o que não é uma realidade. Pensei então em melhorar o acesso padronizando o valor da consulta.”

O empreendedor diz que além de selecionar os profissionais, o site oferece atualização em Cannabis contínua, uma espécie de apoio científico aos médicos.” A clínica começa com o atendimento virtual no estado paulista, mas tem pretensão de atender o território nacional, além de outros países latino-americanos.

No ano que vem, a Remederi será outra opção para o paciente. Ela surge com um negócio on-line especializado na Saúde, mas sem clínica própria. O site oferecerá serviço médico de parceiros e, em breve, irá disponibilizar medicamentos próprios.

“O objetivo é oferecer produtos que atendam as exigências farmacológicas. A Cannabis medicinal precisa ter um padrão constante. Uma das grandes dificuldades do tratamento é acertar a dosagem para cada paciente”, explica Fabrizio Postiglione, 31 anos, idealizador do projeto. “O desafio do médico é achar a dosagem certa para cada paciente. Se o medicamento varia, a dificuldade é muito maior.”

Formado em Administração na Inglaterra, ele voltou ao Brasil há dois anos quando soube que o pai estava com câncer. “Meu pai ficou internado no Hospital Paulistano, em São Paulo. Os médicos desconheciam o tratamento com Cannabis. Achavam que daria conflito com as demais medicações”, conta Postiglione.

A partir desta experiência, ele mergulhou no assunto e se associou com amigos, entre eles, havia um cultivador de Cannabis no Uruguai. Uma das indicações da Cannabis medicinal é justamente tratar pacientes com câncer, pois alivia muito as dores crônicas e a náusea provocada pela quimioterapia.

 

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Pesquisadores brasileiros anunciam estudo do mecanismo de ação da Cannabis nas células nervosas https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/11/23/pesquisadores-brasileiros-anunciam-estudo-do-mecanismo-de-acao-da-cannabis-nas-celulas-nervosas/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/11/23/pesquisadores-brasileiros-anunciam-estudo-do-mecanismo-de-acao-da-cannabis-nas-celulas-nervosas/#respond Mon, 23 Nov 2020 20:40:32 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/entourage-phytolab-Rodrigo-BragaDivulgação-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1729 Cannabis medicinal tem efeito positivo em doenças graves, de difícil tratamento e ligadas a uma disfunção nervosa, como o Parkinson, o Alzheimer e a Epilepsia. Nos consultórios, multiplicam-se as notícias de casos bem-sucedidos ao redor do mundo. No Brasil, na última segunda-feira (16), o Cannabis Inc. publicou a história de um agricultor paranaense, com Alzheimer, que se submeteu à terapia ainda experimental com THC e deixou de ter “brancos” na memória em dois meses.

Apesar de os médicos saberem da eficiência, a explicação da ação dessas substâncias derivadas da Cannabis ainda é vaga. O Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e o laboratório de Cannabis medicinal Entourage Phytolab anunciaram que, em 2021,  começam a desvendar o mecanismo dos diferentes compostos canabinoides no sistema nervoso.

O procedimento não é invasivo. Células epiteliais serão recolhidas a partir da urina dos voluntários. No laboratório, os cientistas as transformarão em células troncos pluripotentes, ou seja, com capacidade de virar a estrutura para qualquer parte do organismo. Neste caso, em tecidos neurais. Vale lembrar que cada célula possui o material genético do doador.  Isso possibilita o estudo aprofundado da ação das substâncias canabinoides e a avaliação positiva e negativa em cada caso.

“O principal objetivo é compreender melhor os diferentes potenciais dessas substâncias e de suas diversas combinações. A partir desses primeiros resultados, poderemos selecionar os melhores caminhos de desenvolvimento terapêutico, que no futuro deverão evoluir para ensaios clínicos com nossos próprios medicamentos fitoterápicos”, diz Caio Abreu, fundador e CEO da Entourage Phytolab, que atua em pesquisas há 5 anos.

“Nosso primeiro medicamento chega ao mercado em 2021 e será usado no tratamento de epilepsia. A parceria com o Instituto D’Or vai ajudar no desenvolvimento de outros medicamentos, voltados para condições como dores e doenças inflamatórias crônicas.”

 

 

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