Cannabis Inc. https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br Notícias de saúde e negócios Thu, 25 Nov 2021 16:04:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Peru aprova a primeira fórmula similar ao Mevatyl, produto de Cannabis considerado alternativa aos opioides https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/11/22/peru-aprova-a-primeira-formula-similar-ao-mevatyl-produto-de-cannabis-considerado-alternativa-aos-opioides/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/11/22/peru-aprova-a-primeira-formula-similar-ao-mevatyl-produto-de-cannabis-considerado-alternativa-aos-opioides/#respond Tue, 23 Nov 2021 01:50:30 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/Verdemed-Tetraidrocanabinol-Canabidiol-1-1-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2507  

Desde 2017, o Mevatyl é o único produto de Cannabis registrado pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) no Brasil, para o alívio dos sintomas do câncer – dores e enjoo – e da espasmocidade provocada pela esclerose múltipla. Produzido pela inglesa GW Pharmaceuticals foi originalmente batizado de Sativex, mas aqui mudou de nome.

Na sexta-feira, 19, a Digimed –órgão sanitário, equivalente à Anvisa no Peru– registrou a primeira fórmula similar no mundo. Trata-se do Sativyl, da Farmacêutica Verdemed, com 27 mg/ml de THC (tetrahidrocanabidiol, substância psicoativa) e 25 mg/ml de CBD (canabidiol). Segundo os médicos, a proporção quase igual dos dois canabinoides é o diferencial para aliviar as dores fortes. O vidro tem 10 ml e 250 mg de concentração.

De acordo com dados do IARC (Agência Internacional para Pesquisa em Câncer), o número de casos foi de 19 milhões em todo o mundo em 2020. Já a esclerose múltipla –doença autoimune, degenerativa e progressiva – atinge 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, a incidência é de 15 pessoas em cada 40 mil, segundo o OMS (Organização Mundial de Saúde).

Tanto o medicamento da GW como da Verdemed são alternativas aos opioides, classe de medicamento conhecido pela eficiência n combate à dor.  Mas causam dependência química e podem levar o paciente à morte.

A longo prazo, o paciente com dor crônica, em geral, precisa de doses cada vez maiores para aliviar a dor. Nos EUA, o aumento do consumo virou questão de Saúde Pública. Dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão americano de saúde, registrou aumento de 28,5% das mortes por abuso de opioides, de abril de 2020 até o mesmo mês deste ano –em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O produto também é um substituto dos medicamentos clássicos contra o enjoo e o vômito, sintomas provocado pelo tratamento de quimioterapia. Há uma parcela da população refratária aos antieméticos alopáticos, que sobrecarregam o fígado. Além disso, o Sativyl é um fitoterápico.

Mas a grande vantagem do lançamento da Verdemed no Peru é o preço. O Sativyl sairá pela metade do custo do Mevatyl, que é vendido a R$ 3,4 mil a caixa, com três frascos com 10 ml (spray), nas farmácias brasileiras. “Nossa caixa com três vidros deve ficar entre R$ 1.600 e R$ 1800. No início do ano já estaremos com o produto à venda no comércio peruano”, garante José Bacellar, CEO da Verdemed.

Quando o produto vem para o Brasil? A empresa já entrou com a documentação para análise do produto na Anvisa. Enquanto o pedido de registro tramita, a alternativa para o paciente seria importar o Sativyl. Porém, a empresa não sabe ainda se e quando haverá essa possibilidade. Aguardemos por mais novidades.

 

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CBD full spectrum com registro na Anvisa passa a se chamar Extrato de Cannabis sativa https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/11/11/cbd-full-spectrum-com-registro-na-anvisa-passa-a-se-chamar-extrato-de-cannabis-sativa/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/11/11/cbd-full-spectrum-com-registro-na-anvisa-passa-a-se-chamar-extrato-de-cannabis-sativa/#respond Thu, 11 Nov 2021 15:27:41 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/zion-ion-extrato-de-cannabis-sativa-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2495 A partir do ano que vem, o consumidor deve se deparar com o extrato de Cannabis sativa, uma outra denominação para um produto já bem conhecido.  Estamos falando do CBD (Canabidiol, uma das substâncias da Cannabis) full spectrum (com a inclusão de todas os outros canabinoides da planta, terpenos e flavonoides). A classificação passa a valer para os produtos com registro sanitário na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária).

“CBD Full spectrum é uma terminologia da indústria “, explica Fabrício Pamplona, farmacologista. “A Anvisa está certa. CBD é apenas o nome da molécula. Quando elas não estão isoladas dos demais canabinoides, o produto deve levar o nome de extrato de Cannabis sativa. Mas vale ressaltar que é um produto rico em CBD”.

Os outros canabinoides (THC, CBG…) aparecem em baixas concentrações para garantir o efeito entourage, que é a interação entre diferentes moléculas, que turbinam o CBD no organismo.

Esse é o caso dos produtos das empresas Promediol, com sede na Suíça, e Zion, nos EUA.  Ambas conseguiram o registro sanitário na última quinta-feira, 04. Elas chegarão ao mercado com o extrato de Cannabis sativa (conhecido até agora como CBD full spectrum) .

Segue abaixo a lista dos produtos de Cannabis registrados na Anvisa, desde a publicação da RDC 327, em dezembro de 2019.  Vale ressaltar que na lista*, o Canabidiol do Laboratório Farmacêutico Farmanguinhos, do Ministério da Saúde, é produzido pela Prati-Donaduzzi. Portanto, fabricantes de fato são cinco (Prati, Nunature, Verdemed, Promediol e Zion).

  •  Canabidiol Prati-Donaduzzi (20 mg/mL; 50 mg/ml e 200 mg/ml), autorizado em 22/04/2020; – no total são sete apresentações
  •  Canabidiol Nunature (17,18 mg/ml), autorizado em 15/04/2021;  
  •  Canabidiol Nunature (34,36 mg/ml), autorizado em 15/04/2021; 
  •  Canabidiol Farmanguinhos (200 mg/ml)), autorizado em 14/05/2021;  
  • Canabidiol Verdemed (50 mg/ml) autorizado em 26/10/2021
  • Canabidiol Farmanguinhos (50 mg/ml) autorizado em 29/10/2021. 
  • Extrato de Cannabis Sativa Promediol, autorizado 04/11/2021 
  • Extrato de Cannabis Sativa Zion Medpharma, 200 mg/ml, autorizado 04/11/2021
    *Lista enviada pela Anvisa
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Pesquisa de Covid longa do InCor receberá novo CBD registrado pela Anvisa antes que farmácias https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/11/05/pesquisa-de-covid-longa-do-incor-recebera-novo-cbd-registrado-pela-anvisa-antes-que-farmacias/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/11/05/pesquisa-de-covid-longa-do-incor-recebera-novo-cbd-registrado-pela-anvisa-antes-que-farmacias/#respond Fri, 05 Nov 2021 15:28:49 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/unnamed-2-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2488 Os pesquisadores do InCor estão animados com a notícia de que o estudo de covid-longa vai contar com CBD (Canabidiol, substância derivada da Cannabis) com registro sanitário da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária). “Agora médicos e pacientes ficam ainda mais confiantes. Isso também aumenta a credibilidade dos resultados” diz o coordenador do estudo Edimar Bocchi, que é professor da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

As exigências da Anvisa para conceder o registro para um produto de Cannabis são iguais as de qualquer medicamento à venda na farmácia. O registro atesta, por exemplo, que um analgésico terá sempre a mesma concentração e qualidade.

Na pesquisa de Covid longa, o InCor vai usar o CBD 50 mg/ml da Farmacêutica Verdemed, que conseguiu o registro na última sexta-feira, 27. Mas para o público em geral, a empresa adianta que o produto chegará às farmácias brasileiras apenas no segundo semestre do ano que vem.

O CBD da Verdemed é resultado de uma parceria com  a empresa americana de capital aberto Clever Leaves, com laboratório e campos de cultivo na Colômbia. Ela tem certificação farmacêutica de Boas Práticas de Manufatura EUDRA. Todos esses detalhes, que em geral os leigos não se atentam, importam muito para os pesquisadores.

Vale lembrar que este será o primeiro estudo brasileiro de fase 3 sobre os efeitos do CBD no tratamento da Covid longa. Estamos falando de um estado clínico provocado pela Covid, que permanece mesmo depois de o corpo vencer o vírus. O pacientes continuam com os mesmos sintomas, entre eles, fadiga, fraqueza muscular, dor de cabeça, problemas psiquiátricos, vômito e diarreia por até nove meses.

Nesta semana, a pesquisa foi entregue para ser protocolada no Comitê de Ensino e Pesquisa da Universidade de São Paulo. “Espera-se o aval para o início do estudo clínico ainda em novembro, uma vez que os temas relativos à Covid têm caráter de urgência”, diz o CEO da Verdemed, José Bacellar.

 

 

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InCor dá protagonismo ao Brasil ao fazer a primeira pesquisa mundial de CBD para pós-covid e insuficiência cardíaca https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/09/15/incor-da-protagonismo-ao-brasil-ao-fazer-a-primeira-pesquisa-mundial-de-cbd-para-pos-covid-e-insuficiencia-cardiaca/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/09/15/incor-da-protagonismo-ao-brasil-ao-fazer-a-primeira-pesquisa-mundial-de-cbd-para-pos-covid-e-insuficiencia-cardiaca/#respond Wed, 15 Sep 2021 10:04:54 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/09/15701443005d96802cf3e9b_1570144300_5x2_lg-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2357 O Brasil ganha protagonismo na área da ciência canábica graças ao InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Centro de referência nacional em saúde, ali serão realizadas duas pesquisas inéditas com CBD (Canabidiol, substância derivada da Cannabis).

A primeira analisa os efeitos no tratamento da síndrome pós-covid, doença cujos pacientes continuam com os sintomas da infecção, mesmo depois de curados. Eles sofrem com dores de cabeça, perda do olfato, da cognição, da locomoção e problemas respiratórios, entre tantos outros. A pós-covid pode durar de seis semanas a nove meses, de acordo com especialistas internacionais.

A segunda tem como foco os doentes com insuficiência cardíaca. São pessoas com coração fraco, que não bombeia o sangue necessário para o pleno funcionamento do organismo. A doença atinge 2% da população mundial.

“Leva a uma fragilidade tão grande, que os pacientes não possuem força suficiente para comer ou tomar banho. Eles precisam de ajuda para todas essas atividades corriqueiras”, diz o Edimar Bocchi, um dos autores da pesquisa, e diretor do Núcleo de Insuficiência Cardíaca e Dispositivos Mecânicos para Insuficiência Cardíaca.

Sabe-se que o Brasil não tem como hábito priorizar as pesquisas. O governo gasta o relativo a 1,16% do PIB em Ciência, menos do que a média mundial de 1,79%. Os dados são do Relatório de Ciência da Organização das Nações Unidas, intitulado “A corrida contra o tempo por um desenvolvimento mais inteligente; resumo executivo e cenário brasileiro”.

Entre 2014 e 2018, o investimento global na Ciência aumentou 19%. O dado seria animador se China e EUA não representassem 60% dessa porcentagem. Ou seja, a maioria dos países investem pouquíssimo, se comparado com essas duas potencias econômicas.

No meio a tudo isso, temos a pandemia do coranavírus. Doença infecciosa, a covid ceifou 4,5 milhões de vidas e levou o mundo a uma grande crise econômica. Obrigatoriamente, por uma questão de sobrevivência, o mundo voltou a atenção à importância da ciência. A pesquisa virou o único caminho para a vacina e a possibilidade de uma vida normal.

InCOr desenvolve duas pesquisas inéditas com CBD
Edimar Bocchi é um dos autores das pesquisas do InCor com CBD (Foto:Divulgação).

No entanto, o dinheiro para os estudos de Bocchi não veio do governo. As duas pesquisas do InCor serão financiadas pela VerdeMed, empresa canadense, com sócios brasileiros, de Cannabis medicinal. Essa companhia, assim como as demais do setor, precisam desenvolver estudos clínicos para que em cinco anos continuem com o registro do produto na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária).

Em 2019, a agência aprovou a RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) 327, que regula a Cannabis medicinal no Brasil. Pela primeira vez, o país permitiu o registro desses produtos, desde que fabricados por laboratórios, que cumpram uma série de exigências. Entre elas, que a partir da aprovação ficam obrigados a apresentar estudos clínicos no prazo de cinco anos.

A Verdemed está no corredor da aprovação. Tem dois produtos esperando pelo registro na Anvisa. E, antes mesmo de consegui-lo, abriu os cofres para fornecer o medicamento para a pesquisa. Há quem diga que o investimento total esteja em torno de R$ 25 milhões, mas a empresa, que foi procurada para a matéria, não fala sobre valores. Os organizadores procuram mais apoiadores.

Mas quem lucra de fato são os pacientes. Ao realizar as duas pesquisas, o InCor confere mais seriedade à Cannabis medicinal, que enfrenta grande preconceito. CBD é ciência. Caso não fosse, não estaria no rol de interesse de um dos mais renomados centros de referência do Brasil.

Vale lembrar que outros centros sérios já incluíram o CBD como terapia de doenças crônicas, caso do Hospital Oswaldo Cruz e do Hospital Sírio Libanês, que também estão envolvidos em estudos clínicos.

 

 

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Anvisa conclui processo de análise de registro de novo CBD https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/08/16/anvisa-conclui-processo-de-analise-de-registro-de-novo-cbd-para-ansiedade/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/08/16/anvisa-conclui-processo-de-analise-de-registro-de-novo-cbd-para-ansiedade/#respond Mon, 16 Aug 2021 23:21:03 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/WhatsApp-Image-Adriana-Promediol-e1629155470617-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2305 Em breve, um novo produto de Cannabis medicinal chegará ao mercado. Na semana passada, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) concluiu a análise do pedido de registro da Promediol, empresa suíça com um braço no Brasil, ainda pouco conhecida por aqui.

Ela será a terceira farmacêutica com produto registrado no mercado nacional, desde a publicação da RDC 327, de 2019, que dispõe sobre os procedimentos para conseguir a autorização sanitária, que são os mesmos exigidos para qualquer medicamento. A primeira foi a paranaense Prati-Donaduzzi, em 2020, e a segunda, a Nunature, no primeiro semestre deste ano.

“A análise do nosso produto foi rápida, saiu em seis meses. Fiquei impressionada com a celeridade da Anvisa”, diz a diretora Adriana Schulz, sócia da empresa Promediol, que trabalha com Cannabis medicinal com grau farmacêutico, que é uma das exigências da Anvisa. No Brasil,  o CBD é uma substância registrada e controlada com receita.

Nos EUA é diferente. O CBD com teor de menor de 0,3% de THC (canabinoide com efeito psicoativo, que dá o tal “barato”) não é substância controlada e regulada pelo DAE (Drug Enforcement Administration). Isso porque não é classificado como medicamento, mas suplemento.

“Estamos esperando a publicação do registro no Diário Oficial. Depois disso, o plano é colocar o nosso produto na prateleira das farmácias no máximo até o início do ano que vem”, diz Schulz. A Promediol chega no mercado com um grande diferencial: o custo do CBD deve ficar em torno de US$ 65, o equivalente a R$ 325. “Manterei o mesmo preço do produto importado”, diz Schulz. O  CBD da concorrente Prati-Donaduzzi sai R$ 2.100.

A Promediol irá produzir óleo de CBD (Canabidiol), um dos compostos químicos (canabinoides) encontrados na Cannabis, que interage com o metabolismo das células. Sem efeito psicoativo, o produto é fitoterápico e indicado para ansiedade. Leia a baixo a entrevista com Adriana Schulz:

Cannabis Inc.: Imaginei que os processos da Anvisa estivessem mais lentos, por causa da covid. Pelo jeito sua aprovação foi rápida, não?
Adriana Schulz: Foi muito mais rápido do que eu mesma esperava. Saiu em seis meses, o que prova que a Anvisa tem celeridade nos processos.

Cannabis Inc: Você tem experiência na área farmacêutica para ter conseguido atender todas as exigências da Anvisa tão rapidamente? Pergunto isso, porque essa deve ser uma questão para as empresas que não são do ramo.
Sim, é verdade, nem todas as empresas de Cannabis são farmacêuticas. Fiz engenharia de alimentos e fui trabalhar com meu pai, Mario Augusto. Ele era dono do Laboratório Windson, especializado em medicamentos OTC (“over the counter”, que quer dizer “além do balcão”, ou seja, venda livre), como os antigripais.Aprendi muito com meu pai. Eu me interessava pela área de inovação e acabei investindo na Cannabis medicinal, que a meu ver tem potencial de grande uso e de inovação. Não é uma panaceia, como muitos pensam.

Quando foi isso?
Em 2017. Desde então, venho pesquisando como entrar no mercado. Foi então que descobri a Promediol, empresa suíça que produz o CBD com grau farmacêutico, focada em atender hoje o Brasil. Por isso virei sócia.

A Promediol pode ser comparada à inglesa GW Pharmaceutical?
Não! É uma presa muito nova. Mas a GW é um bom exemplo para seguirmos.

O preconceito em relação a Cannabis medicinal pode ser um empecilho para os negócios?
Todos os produtos que estarão no mercado são regulados pela Anvisa, que segue critérios rígidos para garantir a saúde dos brasileiros. Isso é muito importante, porque mostra seriedade. Outra coisa importante a ser ressaltada é o fato de todas as empresas que conseguem o registro serem obrigadas a fazer uma pesquisa clínica com o produto, em no máximo cinco anos. Caso contrário, perdem o registro na Anvisa. Quanto mais informações são veiculadas, menos preconceito teremos.

 

 

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ITA desclassifica candidato do curso de engenharia por usar CBD https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/08/02/ita-desclassifica-candidato-ao-curso-de-engenheira-por-usar-cbd/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/08/02/ita-desclassifica-candidato-ao-curso-de-engenheira-por-usar-cbd/#respond Mon, 02 Aug 2021 10:30:50 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/08/WhatsApp-Image-2021-07-31-at-19.23.04-e1627874241285-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2283 O estudante Eduardo Zidani, 20, exibe com orgulho o fato de ser aluno do curso de engenharia do Instituto Tecnológico de Aeronática em sua página do Facebook. Mas ele não sabe até quando, pois a matrícula dele foi aceita por meio de uma liminar, concedida pela Justiça, ou seja, um instrumento frágil, que pode cair a qualquer momento.

Zidani foi barrado na terceira fase do exame ITA, o teste de saúde, que no vestibular de 2021 incluiu, pela primeira vez, a prova toxicológica. O resultado apontou o uso de CBD (canabidiol), substância derivada da Cannabis, sem efeito psicoativo, indicado pelos médicos como ansiolítico e para aplacar os sintomas da epilepsia e da fibromialgia, doenças graves e incapacitantes. Mas o ITA teve outro entendimento e desclassificou o candidato. A informação foi inicialmente divulgada pelo site Poder 360 e confirmado pela Folha, durante entrevista com o advogado do estudante.

Desde 2015, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) permitiu a importação de medicamentos à base de Cannabis. Em 2019, aprovou o registro de produtos derivados de Cannabis no Brasil, quando aprovados nos testes exigidos para qualquer fármaco que queiram ser comercializados nas farmácias.

“Dos 167 candidatos do ITA, 13 foram barrados nesta última fase, mesmo depois de terem passado pelas provas de conteúdo”, diz o advogado Fernando Henrique de Almeida Souza, 42 anos. “No início do ano, entrei com um recurso de agravo para que meu cliente fosse considerado apto no exame de saúde, mas foi negado. Mas depois aceitaram o pedido de liminar para que ele se matriculasse.” A União recorreu e o processo ainda não tem data para ser jugado.

Especializado em direito militar, Souza explica que frequentemente os candidatos são desclassificados nesta fase final, todos os anos. Mas o vestibular de 2021 houve o dobro de excluídos. Além de Zidani –que usou CBD durante a pandemia, quando estava morando na Inglaterra com sos pais –, mais um aluno ficou no toxicológico. Neste caso, o teste apontou cocaína.

“Tenho casos de alunos que são desclassificados por outros motivos, como IMC (Índice de Massa Corpórea) acima do peso. Eles não chegam a serem gordos, mas são considerados inaptos. O ITA tem dois tipos de vagas, a ordinária e a militar. O advogado explica que nas duas opções os candidatos são obrigados a cursar o CPORAER-SJ (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva da Aeronáutica de São José dos Campos).

“O aluno da vaga ordinária tem uma carga militar mais fraca, de apenas duas horas por dia. Mas eles saem do curso como oficiais da reserva, que podem ser chamados em casos de emergência, como uma guerra. Por isso tantas exigências.”

 

 

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Inpi volta atrás e anula patente do CBD concedida à farmacêutica paranaense Prati-Donaduzzi https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/07/28/inpe-volta-atras-e-anula-patente-do-cbd-concedida-a-farmaceutica-paranaense-prati-donaduzzi/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/07/28/inpe-volta-atras-e-anula-patente-do-cbd-concedida-a-farmaceutica-paranaense-prati-donaduzzi/#respond Wed, 28 Jul 2021 23:44:53 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/02/Foto_Canabidiol.-Assessoria-Prati-Donaduzzi-300x215.jpg true https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2272 O Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) anulou na terça-feira, 27, a patente de óleo à base de CBD (canabidiol), produto derivado da Cannabis, concedido à empresa paranaense Prati-Donaduzzi no ano passado. A farmacêutica é a única com produto de Cannabis registrado na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) à venda no mercado nacional.

A carta patente do INPI BR 112018005423-2 concedia à Prati-Donaduzzi a “invenção” de “uma composição farmacêutica oral de canabidiol” “útil no tratamento de distúrbios neurológicos, em especial a epilepsia refratária”. Na época, ela também havia pedido a patente sobre outros 18 canabinoides.

A decisão de anular a patente veio devido a três processos administrativos movidos pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP) em conjunto com Antônio Luiz Marchioni, conhecido como Padre Ticão, o Herbarium Laboratório Botânico e a advogada Letícia Provedel da Cunha. O pedido de patente faz parte da estratégia da Prati em dominar o mercado de Cannabis.

O Inpi voltou atrás na decisão porque – depois de receber trabalhos antigos apresentados pela autores dos processos –entendeu que apenas alterar a concentração de CBD e acrescentar excipientes, como antioxidantes, adoçante, aromatizante e conservante, de modo a prover uma composição oral líquida de CBD … é uma modificação trivial.”

 

 

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Mais um derivado da Cannabis (CBG) chega ao mercado e médicos fazem ressalvas https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/07/19/mais-um-derivado-da-cannabis-cbg-chega-ao-mercado-e-medicos-fazem-ressalvas/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/07/19/mais-um-derivado-da-cannabis-cbg-chega-ao-mercado-e-medicos-fazem-ressalvas/#respond Mon, 19 Jul 2021 22:39:49 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/IMG_8350-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2244 Já ouviu falar em CBG (Cannabigerol)? A maioria das pessoas não conhece esse derivado da Cannabis, mas ele vem sendo divulgado por três produtores, que comercializam o óleo do produto no Brasil. São tantas as promessas de terapias, que entrevistei três especialistas para saber quais as devidas indicações.

O CBG foi descoberto na década de 1960, pelo pesquisador israelense Raphael Mechoulam, também conhecido como o pai das pesquisas com Cannabis. Mas não foi tão pesquisado como os conhecidos CBD (Canabidiol) e o THC (Tetrahidrocanabidiol), por ser encontrado em baixa quantidade nas plantas (menos de 1%). Ao que parece, com o aumento do mercado de Cannabis medicinal, o CBG começou a sobrar nas empresas, que resolveram investir no produto.

“O CBG é um excelente antiinflamatório e é indicado para o tratamento de intestino irritado”, diz o neurocirurgião Pedro Pierro, conhecido prescritor de Cannabis medicinal. “No início, os pesquisadores achavam que se tratava de um potencializador do CBD, mas descobriram que, na verdade, ele mantém a dosagem do CBD por mais tempo. Por isso, indico como coadjuvante, para reduzir a dose necessária de CBD.”

O médico Pedro Piero, no consultório, prescreve o CBG como coadjuvante do CBD

 

O tema vem despertando a curiosidade dos pacientes. “Um deles chegou ao meu consultório dizendo que o  CBG faz neurogênese (formação de novos neurônios). Mas isso é marketing em cima de uma hipótese construída com base nos estudos realizados em animais”, diz a radiologista Paula Dall’Stella, especializada em medicina funcional, que faz parte da equipe do Núcleo de Cannabis Medicinal do Hospital Sírio Libanês. “Há poucos estudos com humanos. A grande maioria aponta para pesquisas com animais”, diz ela.

O CBG é conhecido como “mãe de todos os canabinoides”, por ser o precursor de muitos deles, incluindo o CBD e o THC. Este e outros produtos considerados inovadores, derivados da Cannabis medicinal, são objetos de estudos de clínicas, como a Thronus Medical e a Thronus Education, fundada pela médica brasileira Mariana Maciel, em Vancouver, no Canadá.

Ela explica o processo de transformação do CBG: “Na cadeia de biossíntese de canabinóides o CBGA é convertido em THCA em CBDA que se transformam em THC e CBD, respectivamente. Esse processo chama-se descarboxilação. Ele é induzido por calor e luz, que acontece no ciclo normal de floração da planta Cannabis. Com o tempo, a quantidade de CBGA vai diminuindo cada vez mais a medida que forma outros canabinóides. Mas uma parte dele também é descarboxilada em CBG.”

Maciel lembra que a Cannabis contém mais de 100 canabinoides. “O mercado internacional comercializa outros como Delta-8-THC, CBC e CBN, por exemplo. Mas realmente precisamos ter cuidado para não cair em falácias de marketing, estar atento às evidências científicas e preservar sempre a segurança do paciente.”

Seguem aqui as promessas de tratamento, que ainda precisam de confirmações de estudos clínicos:

  • tratamento de glaucoma, pois acredita-se que tem poder de diminuir a pressão intraocular,
  • redução de inflamações intestinais observadas em alguns camundongos,
  • tratamento de Huntington, doença causada pela degeneração das células nervosas, pesquisa de 2015, com camundongos, mostrou poder regenerador de neurônios,
  • indícios de bloquear os receptores que provocam o crescimento das células cancerosas,
  • inibidor das contrações da bexiga,

 

 

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Empresa de CBD pode perder patente sobre óleo de Cannabis https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/04/08/empresa-de-cbd-pode-perder-patente-sobre-oleo-de-cannabis/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/04/08/empresa-de-cbd-pode-perder-patente-sobre-oleo-de-cannabis/#respond Thu, 08 Apr 2021 04:18:12 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/04/Prati-Donaduzzi.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2149 A farmacêutica nacional Prati-Donaduzzi pode perder a patente do óleo de CBD (canabidiol), conquistada em fevereiro. Na terça-feira (6), o Inpe (Instituto de Propriedade Industrial) recomendou a nulidade do documento. Publicado na revista do órgão, o parecer é uma resposta aos processos administrativos instaurados contra a patente (BR-112018005423-2) da citada empresa em parceria com a Universidade de São Paulo.

Em dezembro, foram registrados três processos administrativos internos contra a patente da Prati. O primeiro, no dia 18, de autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP) e de Antônio Luiz Marchioni, o padre Ticão, da Paróquia São Francisco de Assis –que faleceu em janeiro. Líder comunitário da Zona Leste de São Paulo, o pároco ganhou notoriedade por organizar cursos sobre a Cannabis medicinal com o auxílio de professores da Universidade Federal de São Paulo. Já o deputado é presidente da Comissão Especial de Cannabis Medicinal na Câmara dos Deputados.

Padre Ticão e o deputado Paulo Teixeira na igreja de São Francisco de Assis, na Zona Leste de São Paulo. (Foto: arquivo pessoal/ Paulo Teixeira)

Em 23 de dezembro, a Herbarium Laboratório Botânico entrou com o segundo pedido de nulidade e a advogada especialista em direito intelectual Letícia Provedel, com o terceiro. Ativistas, médicos e legisladores da Cannabis medicinal não entendiam como um óleo extraído de um fitoterápico poderia ser objeto de patente. Qual seria o pulo do gato neste processo de extração considerado simples pelos especialistas?

“A Prati pretende monopolizar a produção e a distribuição do canabidiol no mercado nacional” diz a psiquiatra Eliane Nunes, diretora da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis Sativa). “O processo de extração do óleo da planta é simples. Por isso muitas donas de casa, mães de pacientes, conseguem produzi-lo artesanalmente a partir da flor da Cannabis”, diz Nunes, que tem o projeto Mães Jardineiras, que ensina as técnicas de plantio da Cannabis medicinal.

 

A psiquiatra Eliane Nunes: defesa pela acessibilidade do medicamento de Cannabis. (Foto: Divulgação)

Em paralelo, o Ministério da Saúde analisa a possibilidade de incorporar o CBD isolado na concentração de 200 mg/ml  da Prati, indicado para o controle da epilepsia refratária (R$ 2,5 mil, o vidro com 30 ml). Um movimento que foi questionado anteriormente pelos deputados envolvidos no PL 399/2015, que regula o cultivo e o comércio da Cannabis medicinal, o relator Luciano Ducci (PSB-PR) e Paulo Teixeira.  A empresa paranaense é a única com registro sanitário da Anvisa (Agência de Vigilância Nacional), que permite a comercialização do produto na mercado nacional. Nos EUA, um vidro de óleo de CBD varia de U$ 40 a US$ 100.

Segundo ela, “a patente impede que produtos semelhantes sejam desenvolvidos no Brasil, por exemplo, pelas Farmácias Vivas. Como o governo pretende colocar o CBD no SUS, ele ficaria restrito à Prati” As partes envolvidas no processo de nulidade têm 60 dias para se pronunciarem.

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Especialistas analisam o lançamento dos CBDs isolados da Prati-Donaduzzi https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/02/24/especialistas-analisam-o-lancamento-dos-cbds-isolados-da-prati-donaduzzi/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/02/24/especialistas-analisam-o-lancamento-dos-cbds-isolados-da-prati-donaduzzi/#respond Thu, 25 Feb 2021 01:31:42 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2019/12/IMG_8350-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2046 O CBD (canabidiol) é um dos fitocanabinóides da Cannabis sem efeito psicoativo. A mesma molécula trata de epilepsia à enxaqueca, mas em concentrações diferentes. Nos EUA, é comprado com a mesma facilidade que um analgésico e o consumidor pode escolher entre vários fabricantes.

No Brasil, a compra do CBD é permitida apenas mediante a apresentação de prescrição médica controlada. Atualmente, o consumidor encontra apenas um produto de um fabricante nacional à venda na farmácia. Se ele não quiser, tem de recorrer à importação para ter mais oferta de produtos e preços.

A paranaense Prati-Donaduzzi foi a primeira empresa nacional a lançar um CBD, este com 200 mg/ml. Foi em 2020, quando o produto conseguiu o registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O medicamento tinha como objetivo atender principalmente à população com epilepsia refratária. Por isso, saiu em uma concentração alta.

As novas versões apresentadas esta semana ao mercado, com 20 mg/ml e 50 mg/ml, possuem outro tipo de indicação. Especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem e integrante do grupo do ambulatório de Cannabis medicinal do Hospital Sírio Libanês, Paula Dall’Stella explica que as concentrações mais baixas poderiam ser usadas em quadros de ansiedade e enxaqueca, por exemplo.

Para esses casos, acabam sendo, sim, mais acessíveis que o CBD de 200 mg/ml, que custa em média R$ 2 mil. O lançamento do CBD de 20 mg/ml deve sair entre R$ 240 e R$ 280, segundo a Prati-Donaduzzi. “Para tratar um paciente com ansiedade, são necessários, em geral, 2 frascos com 20 mg/ml, de 30 ml, por mês. É importante lembrar que as doses diferem de acordo com o paciente.”

Neste caso, o consumidor pagaria R$ 540 (cálculo elaborado com a média de R$ 270) por mês –menos que os R$ 2 mil necessários para comprar o CBD 200.

O farmacologista Fabrício Pamplona, espcialista em canabinoides”. Foto: Valéria França

Para os especialistas em Cannabis medicinal, o CBD isolado tem características diferentes do CBD full spectrum (que vem acompanhado dos demais fitocanabinoides). “A tendência é usar doses menores do medicamento com fitocanabinóides do que do isolado”, diz farmacologista de canabinoides Fabríco Pamplona.

“O fitocomplexo é mais eficiente que uma molécula isolada”, lembra Stella. Ela se refere ao efeito sinérgico entre os compostos, que é benéfico e aumenta a eficácia do remédio.

 

 

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