Cannabis Inc. https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br Notícias de saúde e negócios Thu, 25 Nov 2021 16:04:37 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 PL da Cannabis ainda pode ir direto para o Senado, diz presidente da Comissão https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/11/01/pl-da-cannabis-ainda-pode-ir-direto-para-o-senado-diz-presidente-da-comissao/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/11/01/pl-da-cannabis-ainda-pode-ir-direto-para-o-senado-diz-presidente-da-comissao/#respond Mon, 01 Nov 2021 16:02:54 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/11/paulo-teixeira-folha-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2464 Na semana passada, a notícia de que o PL 399-2015 seria voltado na Câmara dos Deputados causou alvoroço –principalmente por parte dos empresários.  Nesta segunda -feira, 1, o presidente da Comissão Especial da Cannabis, Paulo Teixeira (PT-SP) disse que não é bem assim, que “foi um mal entendido”.

Segundo ele, “algumas pessoas compreenderam de fato que o PL da Cannabis (como é chamado) iria direto ao plenário. Porém, na verdade, primeiro haverá a votação do recurso – e não o Projeto de Lei.  O instrumento pede a votação na Câmara dos Deputados”

Explicando em miúdos, como o PL 399 – 2015 foi aprovado pela Comissão Especial da Cannabis Medicinal em junho.  A matéria poderia ir direto para a apreciação dos senadores. Poucos dias depois, a oposição, os que são contra o texto, entrou com o recurso para impedir o processo natural.

“Do ponto de vista do amadurecimento do texto, não há melhorias a fazer que justificasse isso. O projeto foi elaborado, amadurecido e aprovado pela Comissão”, diz Teixeira. Ir para a Câmara dos Deputados, ao que parece, faz parte de uma manobra para criar mais dificuldades. O destino do PL será decidido anda no início deste mês.

O PL em questão regula o plantio e o comércio da Cannabis medicinal e do cânhamo industrial. Agora, aguardemos para ver se essa novela chega logo ao ponto que interessa aos pacientes: a regulamentação do setor no sentido de o Brasil ter medicamentos a preços mais acessíveis.

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PL da Cannabis deve ser votado logo após o feriado de Finados https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/10/28/pl-da-cannabis-deve-ser-votado-logo-apos-o-feriado-de-finados/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/10/28/pl-da-cannabis-deve-ser-votado-logo-apos-o-feriado-de-finados/#respond Thu, 28 Oct 2021 20:06:36 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/03/linha-farmacêutica-da-Abrace-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2452 O PL 399-2015 será votado na Câmara dos Deputados, logo depois do próximo feriado de Finados, na terça-feira, 2. Polêmico, porém, muito necessário para milhares de pacientes, o projeto regula o comércio e plantio da Cannabis medicinal e do cânhamo industrial.

Ele foi aprovado em junho pela comissão especial da Câmara dos Deputados, que analisa o tema. A partir daí, a matéria teria dois caminhos: seguir direto para o Senado ou ir a plenário para votação dos deputados.

Os representantes da comissão da Cannabis fizeram um acordo com o presidente da Casa Arthur Lira, segundo fontes. O PL 399-2015 vai para a votação, em contrapartida, também segue o PL 3262/2021, do homeschooling, que descriminaliza o estudo domiciliar.

Na última quarta-feira, 27, o burburinho era grande entre os empresários ligados à Cannabis, pois muitos preferem que o PL 399 vá direto para o Senado. Sabe-se, no entanto, que a matéria ainda causa muita polêmica entre os senadores. Em agosto, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) chegou a chamar o projeto de lobby do “narcotráfico”.

Para quem não acompanha o assunto, o PL 399-2015 regula o cultivo de Cannabis medicinal, ou seja, do cânhamo, planta com baixo teor de THC (substância que em alta concentração tem efeitos psicotrópicos), que não serve para o uso recreativo. De autoria do deputado Fábio Mitidieri (PSD-SE), o projeto foi novamente analisado pela Comissão Especial da Cannabis,  em 2020. A relatoria da nova versão ficou a cargo do deputado Luciano Ducci (PSD-PR) .

A ideia do projeto é viabilizar o plantio para que a indústria tenha matéria-prima mais barata. Atualmente, ela é importada. Ao ser cultivada em solo nacional, as farmacêuticas conseguiriam produzir medicamento das substâncias do cânhamo com preço acessível à população. Hoje um vidro de CBD nacional na farmácia sai R$ 2,1 mil. Já o importado, por R$500, em média.

Se virar lei, haverá também a abertura de uma nova indústria. O cânhamo tem muitas aplicações que vão da construção à confecção de roupas.

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Presidente do PTB ameaça filiados caso votem no PL da Cannabis medicinal https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/06/05/presidente-do-ptb-ameaca-filiados-caso-votem-no-pl-da-cannabis-medicinal/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/06/05/presidente-do-ptb-ameaca-filiados-caso-votem-no-pl-da-cannabis-medicinal/#respond Sat, 05 Jun 2021 18:54:09 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/06/Check-your-speed-limit.-e1622920580644-300x215.png https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2218 Depois de sessões conturbadas, com direito até a intimidações físicas entre os legisladores, o PL-399-2015 será votado no próxima terça-feira, 8, na Câmara dos Deputados. A matéria aumentaria a acessibilidade apenas da Cannabis medicinal, caso seja aprovada.

Mesmo assim o tema não é bem-vindo pelo governo. O presidente Jair Bolsonaro já se declarou contra. Os apoiadores do Governo, numa estratégia de bombardear o projeto, confundem o público, argumentando que o PL libera as drogas no país –quando, na verdade, libera insumo (as flores) apenas para os laboratórios farmacêuticos produzirem os medicamentos à base de Cannabis.

O resto da planta seria usado pela a indústria em geral, por exemplo, para confecção de tecidos e de material para construção civil. Além de abrir novas frentes de trabalho, o PL 399-2015 possibilitaria a venda de produtos medicinais a preços mais acessíveis. Hoje, o canabidiol nacional é feito com insumo importado e custa na farmácia R$ 2500 o vidro de 30 ml.

Na última quinta-feira, 3, foi a vez do deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, manifestar-se contra ao projeto. Ele assinou e publicou resolução interna do partido, que proíbe aos integrantes votarem a favor do PL-399-2015. Os artigos 1º e 2º do documento determinam que  “fica vetada terminantemente vedada, por detentores de quaisquer cargos eletivos filiados à agremiação, deixar de votar ou votar favoravelmente às proposições do Projeto de Lei – PL n.o 399/2015. Os detentores de cargos eletivos filiados à agremiação que descumprirem essa resolução estarão automaticamente encaminhados ao Conselho de Ética e Disciplina Partidária”.

A Comissão Especial da Cannabis Medicinal, que trabalhou um ano e meio para redigir o projeto, é pluripartidária. O presidente Paulo Teixeira é do PT-SP, enquanto o relator Luciano Ducci do PSB-PR. “A comissão foi montada com integrantes de partidos diferentes, de acordo com a porcentagem representativa que possuem na Câmara”, diz um dos integrantes da comissão, o deputado Eduardo Costa (PTB-PA), que é do partido de Roberto Jefferson.

Costa foi indicado para a Comissão Especial da Cannabis pela filha de Jefferson, Cristiane Brasil (PTB-RJ), ex-deputada federal, que é a favor da Cannabis medicinal. “O partido está mudando o viés. Antes era trabalhista agora apoia o Governo. Depois de um ano e meio de trabalho, vendo os benefícios do tratamento e a necessidade dos pacientes, votarei a favor do PL 399 independentemente das ameaças do presidente do partido”, diz ele.

Costa acompanhou de perto o trabalho da Comissão. Participou das viagens pelo Brasil e ao exterior, que tinham como objetivo entender o processo e ver na prática o resultado de legislações que estão mais avançadas que a do Brasil neste sentido, como o Uruguai, o Canadá e a Colômbia. Médico e pai de família, ele pensa no direito dos pacientes de poder comprar o medicamento na farmácia mais próxima da cada deles, assim como os demais remédios.

Vale lembrar que Roberto Jefferson é deputado antigo do Congresso. Em 2012, foi condenado há mais de 10 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no chamado Escândalo do Mensalão. Mas teve a pena reduzida ao participar da delação premiada. Em maio de 2015, passou a cumprir pena em regime aberto. Um ano depois, recebeu indulto do ministro Roberto Barroso.

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Assista ao vídeo que confirma tapa que deputado levou durante sessão na Câmara https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/05/20/assista-ao-video-que-confirma-tapa-que-deputado-levou-durante-sessao-na-camara/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/05/20/assista-ao-video-que-confirma-tapa-que-deputado-levou-durante-sessao-na-camara/#respond Thu, 20 May 2021 22:24:12 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2021/05/Screen-Shot-2021-05-18-at-23.30.48-300x215.png https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2200 Durante a sessão da Cannabis medicinal, o deputado Paulo Teixeira acusou o colega Diego Garcia (Podemos-PR) na última terça-feira, 18. Naquele dia houve uma discussão entre os dois. Garcia se exaltou e foi para cima do colega. mas as imagens não deixavam muito claro se houve de fato um tapa no peito, como parecia.

Teixeira pediu para ver as câmeras da sala e conseguiu o ângulo ideal para provar a agressão. Veja aqui. Agora que não há mais dúvida, o deputado vai entrar com queixa na Comissão de Ética contra Garcia –que disse ter apenas tocado  nele.

A discussão aconteceu durante audiência do PL 399-2015, que regulariza o comércio e o plantio da Cannabis medicinal. Com relatoria do deputado Luciano Ducci (PSB-PR), a proposição tem oposição inflamada dentro da Câmara, mesmo sendo uma questão de saúde. O deputado Garcia ficou exaltado por não ter conseguido o pedido de adiamento da audiência.

 

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‘Desafio qualquer um a dizer onde o projeto libera o uso de drogas?’ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/04/28/desafio-qualquer-um-a-dizer-onde-o-projeto-libera-o-uso-de-drogas/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2021/04/28/desafio-qualquer-um-a-dizer-onde-o-projeto-libera-o-uso-de-drogas/#respond Wed, 28 Apr 2021 09:00:03 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/11/IMG_verdemed-extrato-de-cannabis-1-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=2165 A Comissão Especial da Cannabis na Câmara dos Deputados voltou a se reunir na semana passada. Foi o que bastou para ressurgirem as críticas dos opositores ao PL 399-2015, que regulariza o cultivo do cânhamo para a produção da Cannabis medicinal– no formato tradicional que são disponibilizados os medicamentos convencionais, como em óleo ou em comprimidos.”Estamos legislando sobre saúde e ciência”, disse o relator do PL, o deputado Luciano Ducci (PSB-PR).

O projeto deveria ter sido apresentado à Comissão em maio do ano passado, mas veio a pandemia e os grupos especiais pararam de trabalhar. Os parlamentares passaram a se dedicar às votações urgentes relacionadas à pandemia. Nos bastidores, neste período de recesso obrigatório, o relator continuou discutindo remotamente com representantes de instâncias do governo, caso de integrantes das pastas da Agricultura e Saúde. “Recebi muitas contribuições ao texto, que ficou mais maduro”, disse Ducci. Segundo ele, as associações de pacientes de Cannabis ganharam um anexo à lei, que dá segurança a continuação dos trabalhos que fazem –mesmo que as Farmácias Vivas do Governo não vinguem da forma que prevê o documento.

Médico pediatra e avô de duas gêmeas ainda de colo, Ducci não aceita as acusações de que o projeto trata da regulamentação das drogas. “Desafio qualquer um a dizer onde o projeto libera o uso de drogas?”, diz ele provocando os opositores. “A maconha tem alto consumo de THC (tetrahidrocanabidiol, substância psicoativa). O medicamentos à base o cânhamo (planta com baixa concentração de THC) possuem maior concentração de CBD (canabidiol, substância não psicoativa).”

Os três deputados federais brasileiros (à dir. da mesa) durante reunião do Ministério da Justiça em Bogotá durante os trabalhos da Comissão no ano passado: (da direita para a esquerda) Eduardo Costa, Paulo Teixeira e Luciano Ducci
(Foto: Daniel Jaramillo/Divulgação)

No início de abril, o deputado Diego Garcia (PODE-PR), presidente da Frente Parlamentar de Doenças Raras – lançou uma campanha pelo Facebook contra a PL 399-2015. A mensagem do vídeo, com 1 minuto e quinze segundos de duração, é “Diga não ao PL 399-2015. Vamos nos manifestar contra esse absurdo. As drogas não podem ser liberalizadas.”

Vale destacar que uma das indicações do CBD é o controle dos sintomas da epilepsia refratária, que está entre o grupo de doenças defendido pelo parlamentar. Garcia costuma dizer que já existe Cannabis medicinal à venda no Brasil ou por importação –o que é verdade.  Mas a questão é o preço elevado. Nas farmácias, o medicamento sai por volta de R$ 2,5 mil, o vidro. Caso o paciente decida pela importação, o valor é menor, em média R$ 500. Há crianças que chegam a tomar mais de dois vidros por mês, dependendo do caso.

“O objetivo do projeto é democratizar o acesso ao medicamento”, repete frequentemente Ducci. Com insumo nacional, o preço cai e a acessibilidade dos pacientes aumenta. Basta saber agora se Garcia vai aceitar o desafio do relator. Aguardemos.

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Relator do PL da Cannabis Luciano Ducci é contaminado com o vírus da Covid https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/12/12/relator-do-pl-da-cannabis-luciano-ducci-e-contaminado-com-o-virus-da-covid/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/12/12/relator-do-pl-da-cannabis-luciano-ducci-e-contaminado-com-o-virus-da-covid/#respond Sat, 12 Dec 2020 18:43:14 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/02/WhatsApp-Image-2020-02-19-at-04.20.17-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1838 O médico e deputado federal Luciano Ducci (PSB-PR), de 65,  está com Covid. Relator do Projeto de Lei 399-2015, que regula o comércio e o cultivo da Cannabis medicinal, ele estava trabalhando remoto desde o início da pandemia. Foi por vídeo conferência que participou das votações da Câmara e fez reuniões sobre o PL.

Atualmente ele está afastado tratando uma pneumonia, causada pelo vírus. O deputado foi prefeito de Curitiba de 2010 a 2012. É um político experiente, que redigiu um projeto equilibrado para transformar a Cannabis medicinal em um tratamento acessível a todos os brasileiros, além de criar uma nova economia.

 

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‘Maioria da Câmara apoia o PL do cultivo da Cannabis medicinal’, diz deputado https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/10/07/maioria-da-camara-apoia-o-pl-do-cultivo-da-cannabis-medicinal-diz-deputado/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/10/07/maioria-da-camara-apoia-o-pl-do-cultivo-da-cannabis-medicinal-diz-deputado/#respond Wed, 07 Oct 2020 03:22:33 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/Paulo-teixeira--e1600897315138-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1525 O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) anda bem satisfeito com o andamento da política de bastidores. O motivo tem a ver com o PL 399-2015, que regula o comércio e o plantio da Cannabis medicinal e do cânhamo industrial . Apesar de o texto não ter sido votado ainda,Teixeira garante que a maioria da Câmara está a favor do projeto.

Há mais de um ano, o deputado foi indicado  presidente da Comissão Especial da Cannabis medicinal, criada pelo presidente da Câmara Rodrigo Maia. A missão do deputado e da equipe era analisar e pesquisar entre diferentes públicos, como médicos, pesquisadores, paciente e empresas, o caminho para regular e garantir o acesso à terapia da Cannabis, de forma segura, rápida e com custos mais populares.

O grupo chegou a conclusão que só o cultivo nacional poderia abrir caminho para uma produção nacional mais acessível a todos os bolsos. Teixeira garante que se a votação fosse hoje, o projeto seria aprovado.

 

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Mara Gabrilli pede que ministro da Justiça se desculpe ‘por veicular fake news’ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/09/30/mara-gabrilli-pede-que-ministro-da-justica-se-desculpe-por-veicular-fake-news/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/09/30/mara-gabrilli-pede-que-ministro-da-justica-se-desculpe-por-veicular-fake-news/#respond Thu, 01 Oct 2020 00:20:01 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/Mara-Gabrilli-atual--e1601512265368-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1510 Foram três meses esperando por um sinal da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), que havia me prometido uma entrevista exclusiva sobre o PL 399-2015, que legaliza o cultivo e o comércio da Cannabis medicinal e do cânhamo industrial. Eu sabia que ela estava em um processo de recuperação das sequelas da Covid-19. A cada quinze dias, ligava para saber como estava. O jeito era esperar mesmo.

Nesta quarta-feira (30), ela me telefonou. A voz forte e inconfundível da senadora do outro lado do celular não deixava dúvidas do motivo da ligação. “Vou começar dizendo que me recuperei com a ajuda da Cannabis medicinal. Eu tinha tantas contrações que elas pareciam um bicho andando dentro de mim. Até durante o sono eu tinha contrações fortes derivadas das dores que caminhavam pelo meu corpo.”

Ela continuou, sem pausa, e com muito fôlego: “A Covid-19 me fez viver um ciclo debilitante. Como sequela, tive fortes dores e espasmos. Para sanar essas dores, fiz tratamento com óleo de CBD (canabidiol) e o Mevatyl (remédio com THC, tetrahidrocanabidiol, e CBD, que custa cerca de R$ 2.500). Não é justo que apenas quem tem dinheiro consiga o acesso a um tratamento capaz de aliviar dores e atenuar sintomas emocionais– como a ansiedade, que nunca foi tão presente na população quanto nesta pandemia.

Foi depois deste prólogo, que Gabrilli disse o real motivo do contato: a indignação com a nota de repúdio contra o PL 399-2015, assinada pelo ministro da Justiça André Mendonça e o Conselho Nacional de Política Sobre Drogas. “Isso foi um tapa na cara. Como assim? Uma moção de repúdio vindo do Governo. É um tapa na minha cara. É um tapa na cara de todos os pacientes, principalmente daqueles que não têm dinheiro para custear um remédio importado”, foi assim, quase como um desabafo, que a senadora começou a elencar todos os motivos para sua indignação.

“O ministro não usa a expressão paciente. Ele não pensa na farmácia distribuindo medicamento, mas em boca de fumo. O pensamento dele é perverso. Ninguém está falando disso, muito menos o PL.  Na minha cara ele pode dar muitos tapas, mas não na cara do brasileiro pobre que está sentindo dor. Ele mostra desinformação. O ministro está veiculando informações falsas, fake news. Ele diz que os estudos com Cannabis são pífios. Mendonça está sendo injusto. Justo ele que é ministro da Justiça. Mendonça deveria pedir desculpas por essa atitude aos pacientes.”

Abaixo, os principais pontos e contrapontos levantados pela senadora sobre a moção do ministro e o documento do senador Eduardo Girão (e mais 28 senadores) que pedem a distribuição pelo SUS apenas do CBD puro.

  • A pandemia mostrou a necessidade de investirmos em ciência e saúde. E hoje a Cannabis medicinal é uma pauta de Saúde Pública.
  • Na última sexta-feira (18) o senador Eduardo Girão (e mais 28 senadores) publicou um Manifesto ao Ministro da Saúde sugerindo inclusão de remédios à base de CBD (somente) no SUS. No entanto, coloca essa inclusão como “alternativa ao enorme risco da permissão do plantio e o cultivo da Cannabis no território brasileiro”
  • O manifesto do senador também é inverídico, pois defende que o SUS (Sistema Único de Saúde) forneça medicamento exclusivamente de CBD, que não existe. “Até mesmo o Puridiol tem 5% de outros componentes porque não é possível isolar somente a molécula de CBD. O documento não tem base científica e não considera os estudos publicados pelo mundo. Além disso, exclui muitos pacientes que precisam da Cannabis medicinal, que é o conjunto de canabinoides interagindo.
  • Gabrilli se mobilizou para um contraponto ao manifesto sobretudo quanto à formação de que somente o CBD tem ação terapêutica. “Eu tomei puridiol e fez mal para mim”, disse.
  • O Brasil está liderando um estudo sobre o uso da Cannabis medicinal nos transtornos de humor. Com o título “Impacto do óleo integral de Cannabis na saúde mental de profissionais da linha de frente no combate a COVID-19”, a pesquisa vai recrutar 300 voluntários de todo o país entre médicos e enfermeiros.
  • Um óleo de Cannabis rico em CBD pode beneficiar pessoas com epilepsia refratária e convulsões, mas quem tem esclerose múltipla, tipos raros de câncer, dores neuropáticas ou espasmos como ela, talvez se beneficiem mais com um óleo rico em THC.
  • O CBD age bem para quem tem epilepsia e convulsões, mas quem tem esclerose múltipla, tipos raros de câncer, dores neuropáticas ou espasmos como ela, não se beneficiariam. Nestes casos o THC tem um efeito mais promissor.
  • Ela aponta a incoerência desse grupo querer que o SUS importe medicamentos com um custo mais elevado e ser contra o plantio e cultivo da Cannabis para fins medicinais em nosso país– o que baratearia muito o custo do SUS.  “Especialistas estimam em uma redução de pelo menos 50% do custo.”
  • O SUS ainda vai seguir pagando muito mais caro que os americanos, israelenses, alemães, canadenses…. são cerca de 20 países que já regularam o cultivo e a produção em seus países para facilitar o acesso da população aos tratamentos.
  • Em alguns estados americanos, lojas de Cannabis puderam permanecer abertas durante a quarentena, exatamente como os supermercados e as padarias. Estamos falando de estabelecimentos legais, não de boca de fumo.
  • O Líbano, por exemplo, fez como a Flórida e a Colômbia, e aprovou o cultivo de maconha para fins medicinais e industriais com o objetivo de salvar a economia. Além de impedir o tratamento dos mais carentes economicamente, o Brasil perde a oportunidade de ser alavancado por uma nova economia, a da Cannabis medicinal.
  • O PL 399 não atende a todos os anseios (como plantio individual), mas a discussão foi feita ouvindo vários segmentos que defendem o uso medicinal. Gabrilli lembra que este é um avanço importante.  “Israel modificou a lei 16 vezes. Queremos promover as discussões e adequar à realidade brasileira, sempre visando promover a saúde de todos.”
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PL do cultivo da Cannabis tem a aprovação da maioria dos deputados da Comissão https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/09/23/pl-do-cultivo-da-cannabis-tem-a-aprovacao-da-maioria-dos-deputados-da-comissao/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/09/23/pl-do-cultivo-da-cannabis-tem-a-aprovacao-da-maioria-dos-deputados-da-comissao/#respond Wed, 23 Sep 2020 14:19:56 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/Paulo-teixeira--e1600897315138-300x215.jpg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1469 O presidente da Comissão Especial da Cannabis Paulo Teixeira (PT-SP) anda bem satisfeito com o andamento do PL 399-2015, que propõe o cultivo da Cannabis medicinal e do cânhamo industrial.

O bom humor tem a ver com a receptividade do texto substitutivo, redigido pelo deputado Luciano Ducci  (PSB-PR). Segundo fontes, a maioria dos deputados da Comissão apoiam o PL 399-2015.

Durante mais de um ano, Teixeira e Ducci pesquisaram e ouviram especialistas, pacientes e entidades em audiências especiais. Chegaram a viajar para o Uruguai e Colômbia, locais onde a Cannabis medicinal foi legalizada,  para conversar com os legisladores. Basta saber qual será a receptividade do plenário, caso o texto seja encaminhado para votação na casa. Aguardemos.

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Saiba por que o PL do cultivo da Cannabis ainda não foi para votação https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/09/21/saiba-por-que-o-pl-do-cultivo-da-cannabis-ainda-nao-foi-para-votacao/ https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/2020/09/21/saiba-por-que-o-pl-do-cultivo-da-cannabis-ainda-nao-foi-para-votacao/#respond Mon, 21 Sep 2020 20:57:26 +0000 https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/files/2020/09/WhatsApp-Image-2020-09-21-at-18.01.47-e1600722175147-300x215.jpeg https://cannabisinc.blogfolha.uol.com.br/?p=1448 São muitas as especulações sobre o destino do PL 399-2015, que propõe o cultivo da Cannabis medicinal e do cânhamo industrial. Antes de dar crédito a qualquer rumor, o leitor deve conhecer bem o trâmite regular de uma matéria na Câmara em tempo de normalidade e de pandemia.

Antes de entrar nas etapas do trâmite válido para qualquer projeto, vale lembrar – principalmente para quem não acompanhou desde o início o assunto–, que o presidente da Câmara Rodrigo Maia constituiu uma Comissão Especial para a Cannabis com 34 deputados no ano passado. O objetivo era analisar e redigir o texto substituto para o PL 399-2015, de autoria de Fábio Mitidieri (PSD-SE). Maia escolheu um presidente, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), e um relator, o médico e também deputado Luciano Ducci (PSB-PR).

Em agosto, Paulo Teixeira apresentou o texto substitutivo a Rodrigo Maia, para que tivesse ciência do conteúdo. Se fosse uma época normal –e não de pandemia–, o texto seria encaminhado primeiramente aos 34 deputados da Comissão. Eles teriam até cinco sessões para discutir, apresentar emendas e então votar.

“Se aprovado, este texto seguiria direto para o Senado”, explica o relator Luciano Ducci, que trabalha atualmente em home office, participando das sessões pelo Zoom.  Segundo ele, “quando uma Comissão Especial é formada para analisar e redigir um PL, entende-se que não há necessidade de encaminhá-lo ao plenário da Câmara”.

Há, no entanto, uma exceção. Qualquer um dos deputados pode formalizar um documento pedindo que o projeto seja apresentado ao plenário, que acata o requerimento se for acompanhado de 53 assinaturas de colegas.

Devido à pandemia, as Comissões ainda não voltaram a trabalhar presencialmente. Por isso, sobram dois caminhos para Ducci e Teixeira. O primeiro é esperar que os deputados da Comissão da Cannabis voltem as atividades presenciais, o que pode acontecer só no ano que vem. O segundo caminho –e mais provável– é o presidente da Comissão pedir urgência na votação, e encaminhá-lo diretamente para o plenário.

A urgência se explica pela necessidade dos pacientes em ter mais acesso aos medicamentos. A proposta de cultivo da Cannabis medicinal nasceu justamente da percepção dos deputados, que a matéria-prima importada encarece muito o medicamento.

 

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