Anvisa debate Cannabis medicinal em São Paulo
A farmacêutica Alessandra Bastos Soares, diretora da Anvisa, estará amanhã,13, em São Paulo para debater a Cannabis medicinal com empresários do setor. A diretora confirmou a presença dela no Cannabusiness, fórum organizado pelo Lide Futuro, plataforma de conteúdo, eventos e networking para jovens lideranças.
“Acho muito importante a Anvisa comparecer ao debate, que acontece justamente poucos dias antes do encerramento da consulta pública”, diz Laís Macedo, 27, CEO do Lide Futuro. Em junho, a Anvisa publicou duas propostas de pesquisa pública. Uma relacionada à regulação do cultivo controlado da Cannabis sativa para fins medicinais e científicos e outra sobre o registro de medicamentos produzidos com princípios ativos da planta.
Com a proximidade da data de encerramento da pesquisa– dia 19 de agosto –, o fórum ganhou ainda mais relevância. A senadora Mara Gabrilli, 51, presidente da subcomissão de Doenças Raras, também estará no palco.
“Às vezes, fico pensando se a dor dos doentes brasileiros é menor que a dos americanos, por exemplo. Todos têm direito a medicamentos que proporcionem melhor qualidade de vida”, diz a senadora. “É disso que estamos falando.”
O debate também vai levantar a questão da abertura de um novo mercado. “Quero trazer a perspectiva do Canadá e da Colômbia para as lideranças do Lide Futuro. Os negócios estão a todo vapor nesses países”, diz José Bacellar, 54, da Verdemed, laboratório canadense. “Vou compartilhar também a minha experiência com a Cannabis medicinal.”
A discussão sobre regulatório atual será o foco da apresentação de Marcelo Galvão da OnixCann/Cantera, canal de distribuição de medicamentos para a América Latina. Advogado, economista e investidor anjo de vários negócios, ele é a favor da liberação da importação e do cultivo do hemp (cânhamo), planta ideal para a produção de medicamentos. “O México hoje consegue plantar via ação judicial”, explica. “A permissão do cultivo é a forma de impedir que esse mercado fique apenas nas mãos das grandes empresas.”
De acordo com a consultoria Brightfield Group, o segmento movimentará só nos Estados Unidos US$ 23 bilhões até 2022. Junto com a perspectiva de lucro, existe outro incentivador, a recomendação da Organização Mundial de Saúde. Ela pede para o canabidiol não ser regulado como droga, pois seu uso terapêutico não apresenta risco de dependência.
Também participam do debate Caio Santos Abreu, fundador da Entourage Phytolab, Júnior Gibelli, diretor para assuntos médicos da HempMeds e Viviane Sedola, fundadora da Dr. Cannabis, portal educativo.
Mais informações: lidefuturo.com.br