Canopy Growth demite 60% dos funcionários da América Latina

Cannabis ruderalis
Valéria França

A gigante canadense Canopy Growth, empresa da maconha com ações abertas no mercado, enxugou as operações na América Latina nesta terça-feira (5). Demitiu cerca de 60% do quadro de funcionários. Fechou as operação da Spectrum– empresa de pesquisa científica da rede –na Argentina, México e Peru.

No Brasil, o impacto foi menor. A Spectrum reduziu o quadro de funcionários de 20 para quatro. Essa lista inclui os diretores Jaime Ozzi, Maria José Fagundes e Gustavo Furletti. A empresa foi aberta em São Paulo, em junho, no mesmo mês que a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) abriu no Brasil pesquisa pública sobre a comercialização e o cultivo da Cannabis medicinal.

O brasileiro Antônio Droghetti, conhecido nas rodas sociais e amigo de empreendedores bem-sucedidos, foi transferido para o Panamá, sede da empresa. Em 2018, o executivo fechou um contrato com a Canopy de US$ 20 milhões.

Na Colômbia, os negócios da Canopy não vão bem. Autoridades do mercado colombiano dizem que a empresa não obteve a autorização de cultivo. Faltava a última fase, que seria a avaliação agronômica, quando as sementes devem ser avaliadas pelo ICA – órgão correspondente à Anvisa na Colômbia.

Na sexta (2), quando a Canopy foi procurada pelo Cannabis Inc. para checar se haveria redirecionamento dos negócios diante da incerteza da votação das novas regras da Anvisa, a resposta foi negativa. Mas o mercado já comentava que a empresa havia se decidido pela importação de medicamentos do Canadá e não teria mais produção no Brasil.

A sede do Panamá comunicou que a estratégia era “a aguardar com expectativa o avanço da regulação da Cannabis medicinal no Brasil, que aumentará a capacidade de atendimento dos pacientes, de modo que eles tenham garantido o direito ao tratamento das necessidades de saúde, muitas das quais atualmente não resolvidas, que afeta a qualidade de vida de tantas famílias”.