Cannabis trata o paciente e não a doença, dizem cientistas

Cannabis ruderalis
Valéria França

Mais do que moda nas academias, manter o equilíbrio do corpo e da mente virou uma questão de sobrevivência para muitas pessoas. A chamada medicina alternativa ajuda muito a lidar com o stress, dores no corpo e distúrbios do sono. Estou falando de massagens terapêuticas, yoga, acupuntura e meditação, por exemplo. São práticas milenares que ajudam a manter– ou recuperar–o bem-estar, sem ter de recorrer a medicações para regular o sono, sumir com as dores e aliviar a angustia.

Se você está pensando porque escrevo sobre medicina alternativa em uma coluna de Cannabis, já explico. No sábado (25), saiu uma edição especial da Time sobre medicina alternativa. O título é Alternative Medicine – The New Mainstream. Eu recomendo a leitura do artigo original. Além das práticas citadas acima, a revista destaca a Cannabis medicinal, como mais uma aliada entre tratamentos alternativos, que passaram a ser chamados de complementares.

Eles ganharam este nome porque não estão aí para substituir a medicina convencional, mas para somar. Enquanto os tratamentos convencionais combatem a doença, os ditos complementares cuidam do ser-humano. Um exemplo: a quimioterapia e a radioterapia focam na remissão do câncer, enquanto as terapias naturais ajudam no equilíbrio do paciente. No caso da Cannabis medicinal, na redução da dor e da insônia.

Segundo o serviço de medicina integrativa do Memorial Sloan Kettering (MSK), de Nova York, mais de 60% dos pacientes que sobrevivem aos tratamentos de câncer sofreram de insônia.

Entrevistada para a matéria, Anne Coscarelli, fundadora do Simms/Mann University of California, um centro de medicina integrativa em Los Angeles, declara: “A medicina sozinha não é suficiente. Para cada efeito físico do tratamento do câncer, há um efeito equivalente psicológico.”

De acordo com os cientistas ouvidos pelos repórteres da Time, há mais de 60 canabinoides que agem no sistema nervoso central, que provocam o alívio das dores.  Por isso, muitos especialistas americanos atualmente optam por prescreverem Cannabis medicinal no lugar de opioides –que se transformaram em problema de saúde pública nos EUA. Desde 1999, as mortes por opioides aumentaram seis vezes no país.