Para comissão de deputados, a Cannabis pode ajudar a economia a crescer
Quatro deputados integrantes da comissão da Cannabis na Câmara partem nesta quarta-feira (12) para Colômbia, destino escolhido para continuarem os estudos e análises do que seria um bom regulatório para o comércio no Brasil. Apesar dos problemas enfrentados com o tráfico de drogas no passado, o governo colombiano conseguiu transformar a nação no principal player da Cannabis medicinal da América Latina.
“A Colômbia diminuiu a violência, gerou empregos e negócios com a Cannabis medicinal. Ao focar apenas em um segmento, o medicinal, soube criar uma regulação segura e eficiente”, diz o deputado Eduardo Costa (PTB-PA), um dos integrantes da comitiva. “O Brasil precisa fazer dinheiro e criar empregos.”
Primeira nação a liberar a cannabis, em 2013, o Uruguai poderia ser um destino mais óbvio. Mas foi a Colômbia que conseguiu melhores resultados econômicos até agora a ponto de despertar o interesse de investidores internacionais. O Congresso colombiano aprovou o plantio, a produção, distribuição e a comercialização apenas do uso medicinal e científico da maconha em 2016. Depois foram colocados em prática o regulatório que demorou três anos para ser ajustado e implantado de fato.
“Eles conseguiram aproveitar a agricultura familiar que produzia para as Farcs (Forças Armadas revolucionárias da Colômbia)”, destaca Costa. Ele aponta para a importância do cuidado com todo o ciclo da cadeia, do plantio do cânhamo até a chegada do produto à prateleira da farmácia. Sim, do cânhamo, pois ela é uma Cannabis com tão pouco THC – substância que dá o “barato” – que não interessa ao tráfico.
Assim como no Brasil, a Colômbia também determinou que a Cannabis medicinal seja vendida nas farmácias. Por outro lado, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) não regulou a questão do cultivo, no fim do ano passado. Essa é uma das pontas soltas, digamos, que preocupa os deputados.
O presidente da comissão Paulo Teixeira (PT-SP) alerta que sem o cultivo, “o Brasil terá de produzir o óleo de Cannabis a partir de material importado”. Ou seja, o produto sai mais caro do que poderia custar se a matéria-prima também fosse nacional. Os deputados Luciano Ducci (PSB-PR), médico, e Marcelo Calero (Cidadania-RJ), advogado e diplomata, integram a comitiva.
O Cannabis Inc.,que vai acompanhar esta visita à Colômbia, publica nesta quarta (12) a agenda de compromissos dos deputados. Fique atento.