Primeiro Canabidiol nacional registrado pela Anvisa chega ao mercado
Medicamento para epilepsia entre outras doenças, o Canadibiol da paranaense Prati-Donaduzzi chegou às drogarias. Trata-se da primeira empresa brasileira a conseguir o registro na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) e agora a primeira a aterrissar no mercado.
A agência regulou em dezembro a comercialização dos produtos medicinais à base de Cannabis. Desde então, algumas empresas anunciaram que teriam o medicamente registrado no primeiro semestre, mas só a Prati conseguiu atender até agora as exigências da Anvisa.
Solução oral de canabidiol puro, o produto é vendido em um vidro de 30 ml com solução oral de 200 mg/ml, embalado por uma caixa sem nome fantasia.
O preço promocional do Canabidiol na droga Raia é R$ 2.150. Não há concorrente na prateleira. Fora o produto da Prati, o único medicamento existente é o Mevatyl, da inglesa GWPharma, registrado pela Anvisa, em 2017, mas com outra composição– CBD e THC nas mesmas concentrações. Ele é indicado para pacientes com esclerose múltipla. O preço sai por volta de R$ 2.500.
“Falta de concorrência levam a preços altos”, diz Cassiano Teixeira, diretor da Abrace Esperança, associação paraibana, que produz três tipos de óleos. Em vidros que variam de 60ml e 100 ml, há produtos ricos em THC, rico em CBD e com proporções iguais dos dois componentes. O preço varia de R$ 150 a R$ 450.
A Abrace tem autorização da Justiça para cultivar a Cannabis medicinal e vender para pacientes. São 200 as pessoas cadastradas na entidade. Por não ter fins lucrativos, a estrutura é enxuta e não paga impostos.
De acordo com as normas da Anvisa, os fabricantes nacionais devem usar matéria-prima importada, que em geral passa por um processo industrial, como a da cristalização. Com isso perde algumas propriedades, diminuindo a eficiência do produto, segundo especialistas.
Teixeira diz que já teve pacientes que usaram o Mevatyl e depois o óleo da Abrace. “O nosso produto teve efeito mais rápido e com menor quantidade, quando comparado com o medicamento da GW”, diz ele confirmando a eficiência da matéria-prima natural.
Tanto o Mevatyl como o Canabidiol são vendidos nas farmácias com tarja preta. Os estabelecimentos exigem receita médica especial, que fica retida com o atendente. ” Segundo Teixeira, atualmente os pacientes sem condições financeiras para custear um tratamento de alto custo só contam com o auto-cultivo, quando sai via habeas corpus da Justiça, e com as associações.