Mara Gabrilli tem os sintomas mais leves da Covid-19

“Eu estou bem, graças a Deus”, diz a senadora paulistana Mara Gabrilli (PSDB-SP) em uma mensagem em resposta ao seu estado de saúde. “Meu pulmão está ótimo.” Ela foi infectada há pouco mais de uma semana, mesmo sem ter saído de casa durante o período inteiro de quarentena.

Neste interim, ela ficou trabalhando remotamente nas votações, que se voltaram essencialmente às medidas emergenciais relacionadas à pandemia. O ritmo estava intenso. “Às 11horas parece que já estou no fim do dia”, disse recentemente quando foi convidada para o primeiro webinário da Folha sobre Cannabis, em abril.

Não se tratava apenas de falta de tempo. Gabrilli precisa do apoio de uma assistente em tempo integral. Ela perdeu o movimento dos braços e das pernas desde que sofreu uma lesão medular, provocada por um acidente de carro, na juventude.

Para participar do evento on-line da Folha, ela precisaria da ajuda de alguém tecnologicamente apto para que conseguisse entrar no painel digital. A senadora não queria que mais uma pessoa –além da auxiliar dela–entrasse em casa. Tinha medo de se infectar.

Gabrilli é uma paciente crônica, que tem de lidar com sintomas severos da lesão medular. Entre eles, os espasmos involuntários dos músculos. “São espasmo tão fortes que fico em pé “, disse durante uma entrevista dada ao Cannabis Inc no ano passado.  Estes espasmos podem acontecer a qualquer hora. E completou: “Se não fosse a maconha medicinal, o THC, eu não conseguiria ser uma pessoas ativa, que trabalha.” Quando sente que as contrações estão chegando, ela usa a Cannabis medicinal em spray, que age mais rápido.

Em setembro, ela havia dado um depoimento emocionado ao deputado Eduardo Girão (Podemos-CE) sobre o tratamento. Uma fala que convenceu a Comissão dos Direitos Humanos do Senado a aprovar a sugestão legislativa para a regulação da Cannabis medicinal e o uso industrial do cânhamo.

Gabrilli sempre foi cativante e popular, desde a época que estudava no Colégio Bandeirantes, uma das melhores escolas de São Paulo. Bem-nascida, na adolescência já viajava muito, era divertida e determinada. Para ter uma ideia a senadora chegou a participar da Ultramaratona –prova de 101 quilômetros– quando passava uma temporada na Itália. Partiu de Florença em direção aos Apeninos. Mesmo hoje, com todas as dificuldades físicas, ela se exercita diariamente, com tanta dedicação, que conseguiu recuperar parte do movimento dos braços e das mãos.

A quarentena não foi uma das provas mais difíceis que passou. O que ela não esperava era ser infectada pela própria auxiliar. Mas como saber se ao pessoa ao lado está doente? Por sorte, a senadora teve os sintomas mais leves da pandemia. Ela passa muito bem.