Coronavírus deixa clima mais favorável à legalização da Cannabis nos EUA

Valéria França

A indústria da maconha pode ser uma das saídas para a crise econômica causada pela pandemia. Nos EUA, governadores de estados que ainda não regularam a Cannabis vem reconhecendo publicamente as vantagens nos últimos meses. Arrecadação de mais impostos e a criação de novas vagas de emprego são atualmente questões de extrema urgência.

Some isso à recente pesquisa publicada pela Pew Research Center, sobre a mudança de opinião dos americanos na última década. Atualmente dois terços da população dizem que a maconha deveria ser legalizada. Deste total 91% são a favor da regulação do uso adulto e medicinal e 59% só aprova para o fim médico. O ambiente nunca foi tão favorável às mudanças. Em 2009, a maioria era contra a legalização (veja gráfico acima)

Os representantes locais ficaram mais a vontade para conduzir as discussões. A governadora Michelle Lujan Grisham do Novo México, por exemplo, disse que o Estado precisa explorar todas as opções de alívio financeiro, passando inclusive pela da legalização da maconha. No final de quase duas horas de uma live que fez da residência dela, Grisham afirmou que era a favor “da regulação do uso adulto com um forma de gerar uma elevação das taxas de impostos para cobrir financeiramente os desafios causados pela pandemia”.

A representante do estado ainda usou o jogo de palavras para brincar com o tema. “Let’s end on a hight note” (em inglês, “vamos terminar de uma forma conciliatória”, usando o “high”, que também significa o “barato” que a maconha dá.

Em uma coletiva à imprensa, o governador de Nova York Andrew Cuomo também mostrou-se favorável à legalização da Cannabis. Ponderou, no entanto, que devida a complexidade do tema, que precisa de uma real análise, seria impossível, em meio a uma pandemia.

“A crise vem demandando uma série de medidas urgentes inadiáveis, que tomam conta da agenda”, disse o prefeito, justificando-se. Eles estão trabalhando mais do que o normal. São medidas aprovadas para minimizar os efeitos econômicos e dar alguma proteção aos desempregados, que aumentam a cada dia.