Merck começa a investir em Cannabis medicinal no Brasil

Cannabis ruderalis
Valéria França

Presente em 66 países e com 57 mil colaboradores, a Merck é o mais antigo laboratório farmacêutico do mundo ainda em operação. Foi inaugurada em 1668, na Alemanha. Sempre investiu em tecnologia e inovação no setor da saúde. Talvez por isso tenha chegado até os dias de hoje. Nesta sexta-feira (10), a assessoria da Merck Brasil confirmou que a empresa entrou no mercado de Cannabis.

Os novos negócios serão realizados em parceria com a aceleradora de negócios de Cannabis The Green Hub, que foi a primeira plataforma nacional a focar no desenvolvimento de startups no setor. “O Brasil tem todas as condições para ser protagonista de todo o potencial da Cannabis”, diz Marcelo De Vita Grecco, co-fundador e head de Desenvolvimento de Negócios da The Green Hub. Ele se refere ao potencial produtivo agrícola e industrial –do início ao fim da cadeia.

“Nosso objetivo é  proporcionar ao mercado brasileiro conhecimento técnico voltado à pesquisa e desenvolvimento, controle de qualidade e aplicações biológicas para potencializar o cultivo de cânhamo”, diz Fabio Demétrio”, head de pesquisa e soluções da Merck Brasil. A empresa pretende usar o cânhamo na produção medicinal e de cosméticos, entre outros.

Diretor de inovação e empreendedorismo da The Green Hub, Alex Lucena revela que um dos objetivos da parceria é desenvolver uma ferramenta de educação para democratizar as informações sobre a ação da planta na saúde e bem-estar de muitos pacientes. As empresas ainda não abrem as demais metas, nem o investimento aplicado.

Para o setor, o anúncio é um marco, que pode alterar muito os caminhos da nova regulação que está para sair na câmara em Brasília. “O mercado fica mais forte e relevante”, diz Lucena. “Além disso, quando os big players entram no negócio, há um efeito dominó capaz até de gerar mudanças nas questões legislativas do país.”