Redes sociais bloqueiam contas de profissionais da Cannabis medicinal
Médicos, jornalistas e empresários do setor da Cannabis medicinal tiveram contas das principais redes sociais bloqueadas– YouTube, Facebook, WhatsApp, Twitter e Instagram. Entre elas, a psiquiatra pernambucana Ana Hounie, 49, conhecida em São Paulo por receitar a Cannabis em casos específicos, como a Síndrome de Tourette, distúrbio neuropsiquiátrico, que causa tiques múltiplos, motores ou vocais, de intensidade e frequência variada.
Ela costumava postar no YouTube tudo que se relaciona a sua especialidade. Aulas, seminários, casos de pacientes e vídeos direcionados ao segmento. Na última terça-feira (1), no entanto, a conta da médica foi bloqueada pelo canal.
“Fui suspensa e perdi o acesso a uma material de 20 anos de trabalho. Ainda perdi o direito de ter uma conta no YouTube, mas eu não sei o porquê”, conta Hounie, que possuía 1.700 seguidores. Ela recebeu uma mensagem do canal dizendo que o bloqueio era “devido a violações severas” das diretrizes da comunidade.
Hounie escreveu um e-mails questionando o que o YouTube considerava violação. “Eu queria saber exatamente qual era o conteúdo inadequado para me ajustar, mas eu não tive nenhum esclarecimento. Pelo menos, queria ter acesso ao meu material. Não tenho back-up de muita coisa”.
Conversando com amigos, Hounie percebeu que não era a única nesta situação. Médicos, empresários e até profissionais da área de comunicação. Foi o caso do jornalista Marcus Bruno, do site segmentado Cannabis & Saúde. Ele teve a conta bloqueada no Twitter, onde já contava com mais de 5 mil seguidores.
Do mesmo jeito que a médica, Bruno também achou que fosse um caso pontual. “Começo a achar que foi uma ação orquestrada. Twitto muito #PL399Sim. E fiz vários posts de respostas à oposicionistas do projeto”, diz Bruno referindo-se ao PL que propões o cultivo da Cannabis medicinal e do cânhamo industrial apresentado na Câmara dos Deputados em agosto.
Já a médica Janaina Barboza, especialista em medicina ortomolecular e entusiasta do tratamento canábico, perdeu a conta no WhatsApp. Avisou aos amigos e parentes sobre o ocorrido através de um comunicado no Instagram, que pedia que tirassem o número dela dos grupos onde estava inserida. “Agora é o sistema que é dono dele.Não é coincidência”, escreveu no Instagram.
As redes sociais foram procuradas, mas não houve resposta. Qualquer novidade, volto aqui com o tema.