Estudo americano adverte sobre o uso frequente da maconha na adolescência

Cannabis ruderalis
Valéria França

As Universidades de San Diego, Califórnia, Colorado e Denver, nos EUA, se reuniram para verificar cientificamente se o uso precoce da maconha na adolescência poderia causar problemas significativos de cognição no futuro adulto. A questão é uma preocupação antiga de educadores, pais e profissionais da saúde.

Trata-se de uma análise loga que começou em 2003, com grupo de adolescentes e de jovens adultos. Os resultados foram publicados no início de setembro, pela Society for the Study of Addiction. Os pesquisadores  diferenciam as análises de acordo com a frequência e constância do uso da maconha.

Entre os grupos de adolescentes que fumavam pouco (uma vez por mês), eles não acharam evidências de que o uso precoce causasse sequelas na idade adulta.  Porém, advertiram em relação ao uso médio e constante – duas vezes ou mais por semana. Nestes níveis, a maconha na adolescência pode abalar a cognição e a memória a longo prazo, segundo os pesquisadores.

É importante ressaltar que, segundo a pesquisa, os resultados não poderiam ser explicados por motivos genéticos, nem pelo ambiente familiar ou pela exposição ao álcool– como alguns estudos anteriores apontaram.

Na primeira parte do estudo, que durou de 2001 a 2006, os pesquisadores analisaram 257 grupos de irmãos da região metropolitana de San Diego e 373 de Denver, com média de idade de 17 anos. A segunda onda, de 2008 a 2013, reuniram 219 de San Diego e 241 de Denver, com cerca de 24 anos. Todos faziam parte de programas de tratamento de abuso de substâncias químicas de escolas e de departamentos da juventude.

A maioria (63%), eram homens. Apenas 9% negros. Nas duas mostras os participantes passaram por testes neurocognitivos, análises e entrevistas baseadas no histórico de uso de drogas de cada indivíduo.