Três empresas esperam análise da Anvisa para comercializarem novos medicamentos de Cannabis

Mesmo com as dificuldades de um ano comprometido pela pandemia do Covid-19, quatro empresas de produtos de Cannabis entraram com pedido de registro sanitário na Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), neste segundo semestre. Uma boa notícia, principalmente para médicos e pacientes, que procuram bons produtos e acesso rápido ao medicamento.

Nas farmácias, estão à venda apenas dois medicamentos –classificados pela Agência de produtos de Cannabis. Custam mais de R$ 2.000 cada um. E as importações muitas vezes demoram mais de 1 mês. Vale lembrar, que dependendo da gravidade do caso, nem todo paciente pode esperar tanto tempo por um tratamento.

O aval da Anvisa é obrigatório para que os medicamentos à base da planta sejam comercializados no Brasil. Das quatro empresas protocoladas, três estão com os pedidos de registros sanitários em análise. São elas, Nunature Distribuição do Brasil Ltda, antes chamada de Superação Distribuidora  do Brasil Ltda, de produtos odontológicos, Belcher e VerdeMed. A quarta teve o pedido negado, segundo documentos levantado pela reportagem.

O blog não conseguiu contato com a Nunature e com a Belcher até o fechamento desta matéria. Os telefones não respondem em nenhum horário. A Anvisa não passa informações sobre as empresas ou sobre os respectivos produtos. Alega serem  informações sigilosas. Confirmou apenas a entrada de dois pedidos de medicamentos da canadense VerdeMed, em 19 de agosto.

Trata-se de um CBD puro (indicado para ansiedade, depressão e anticonvulsivo) e o outro misturado ao THC  (para esclerose múltipla). “Esperamos ser a primeira empresa a trazer esses produtos farmacêuticos com preços 30% inferiores aos praticados no mercado nacional”, diz José Bacellar, fundador e CEO da VerdeMed.

Todos os medicamentos de Cannabis possuem tarja preta, portanto são controlados: é necessário a prescrição médica para compra na farmácia. (Foto:Divulgação)

 

Nas farmácias do país já existem dois produtos similares aos que a VerdeMed pretende comercializar. Um é o Sativex registrado pela Anvisa em 2017 com o nome de Mavatyl, na concentração de 27 mg/ml de THC e 25 mg/ml de CBD. Em média, o frasco de 10 ml sai por R$ 2.500 em médica. Com as mesmas concentrações e quantidade, o preço estimado do produto da VerdeMed é de R$ 1.750.

O outro medicamento é o Canabidiol (CBD) de 200 mg/ml, de 30 ml, à venda por R$ 2.140, da Prati-Donaduzzi. O da VerdeMed deve custar R$ 1.498, na mesma quantidade e composição.

“Sei que ainda é muito caro para o paciente, mas espero poder diminuir ainda mais o preço, principalmente se for aprovado o Projeto de Lei 309-2015, que pede o cultivo da Cannabis medicinal no Brasil. “Pacientes, associações e empresas devem se envolver nesta luta  para que o tratamento seja mais acessível a todos”, diz Bacellar.Desde que abriu as portas em 2018,  a VerdeMed anunciou que seria uma empresa de genéricos da Cannabis.

Os mesmo produtos da empresa canadense que estão em análise serão lançados no Peru, mas com os nomes comerciais Sativyl e CBD 100. Em 2021, a Verdemed diz que vai submeter à Anvisa mais três produtos derivados de Cannabis  e, à agência reguladora da Colômbia, três dermocosméticos à base de canabinoides .