Pesquisadores brasileiros anunciam estudo do mecanismo de ação da Cannabis nas células nervosas
A Cannabis medicinal tem efeito positivo em doenças graves, de difícil tratamento e ligadas a uma disfunção nervosa, como o Parkinson, o Alzheimer e a Epilepsia. Nos consultórios, multiplicam-se as notícias de casos bem-sucedidos ao redor do mundo. No Brasil, na última segunda-feira (16), o Cannabis Inc. publicou a história de um agricultor paranaense, com Alzheimer, que se submeteu à terapia ainda experimental com THC e deixou de ter “brancos” na memória em dois meses.
Apesar de os médicos saberem da eficiência, a explicação da ação dessas substâncias derivadas da Cannabis ainda é vaga. O Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e o laboratório de Cannabis medicinal Entourage Phytolab anunciaram que, em 2021, começam a desvendar o mecanismo dos diferentes compostos canabinoides no sistema nervoso.
O procedimento não é invasivo. Células epiteliais serão recolhidas a partir da urina dos voluntários. No laboratório, os cientistas as transformarão em células troncos pluripotentes, ou seja, com capacidade de virar a estrutura para qualquer parte do organismo. Neste caso, em tecidos neurais. Vale lembrar que cada célula possui o material genético do doador. Isso possibilita o estudo aprofundado da ação das substâncias canabinoides e a avaliação positiva e negativa em cada caso.
“O principal objetivo é compreender melhor os diferentes potenciais dessas substâncias e de suas diversas combinações. A partir desses primeiros resultados, poderemos selecionar os melhores caminhos de desenvolvimento terapêutico, que no futuro deverão evoluir para ensaios clínicos com nossos próprios medicamentos fitoterápicos”, diz Caio Abreu, fundador e CEO da Entourage Phytolab, que atua em pesquisas há 5 anos.
“Nosso primeiro medicamento chega ao mercado em 2021 e será usado no tratamento de epilepsia. A parceria com o Instituto D’Or vai ajudar no desenvolvimento de outros medicamentos, voltados para condições como dores e doenças inflamatórias crônicas.”