Autora do livro ‘Maconha na Cozinha’ ensina receitas fáceis para a ceia de Ano-Novo
A contagem regressiva está quase começando para entrarmos em 2021, mas ainda dá tempo. Autora do livro de gastronomia Maconha na Cozinha, Paula Caroline, de 38, separou para compartilhar com os leitores do blog receitas fáceis, para este fim de ano. Entre elas, um molho para acompanhar carnes e saladas e um biscoitinho alemão, Plätzchen para servir com café no fim da comilança.
As duas dicas levam maconha. A primeira é feita com mel de Cannabis e a segunda, com manteiga de Cannabis. Ela gravou o passo-a-passo do molho e do biscoito, para que não houvesse dúvidas.
Se você pensou naquele lendário bolo de maconha de chocolate, esqueça. Os chefs canábicos têm técnicas requintadas e fazem receitas elaboradas com apresentações de dar água na boca. No Brasil, há poucos expoentes desta gastronomia– talvez porque no país ainda exista muita polêmica e preconceito em relação ao tema.
No mundo, os chefs especializados neste tipo de culinárias ganham cada vez mais os holofotes. Há até disputas do tipo Master Chefs em plataformas como Netflix. É o caso de Cooked with Cannabis, série com 18 episódios ainda na primeira temporada. Nela, dois apresentadores recebem convidados famosos para degustar as receitas, realizadas com infusões de THC (uma das substâncias da Cannabis que dá o “barato”) e molhos de CBD (canabidiol que não dá o “barato”). O programa é descontraído e engraçado.
No caso da pernambucana Caroline, a especialização aconteceu como uma forma de ajudar a mãe, a médica Nina Lourdes, a superar a depressão. “Ela usou tranquilizantes por muito tempo, mas sofreu com os efeitos colaterais. Foram dez anos tratando com alopatia e mesmo assim a tristeza continuava um sentimento forte. Fora isso, minha mãe sabia das possibilidades dos medicamentos de tarja preta provocarem demência a longo praz. Ela usava vários”, conta.
Segundo a filha, Lourdes passava dois dias dormindo sempre que tomava os medicamentos. Não conseguia interagir e o sentimento de tristeza continuava. Como toda história de quem troca a alopatia por tratamentos considerados alternativos, a substituição só aconteceu porque os remédios não ajudavam a melhorar a qualidade de vida de fato.
A médica começou a pesquisar a Cannabis medicinal e escolheu a fitoterapia com a Cannabis e os resultados foram excelentes. Depois de conseguir um habeas corpus na Justiça para plantar maconha, a família decidiu ajudá-la porque o processo de produção de óleo envolve várias etapas e o óleo tem de ter qualidade.
Caroline foi para os Estados Unidos e fez diversos cursos, inclusive o de extração do óleo. O irmão Ênio Queiroz, co-autor de Maconha na Cozinha, especializou-se no plantio. “Usamos todas as partes da planta na culinária. A folha, por exemplo, vira suco verde”, diz Paula que em janeiro inaugura o primeiro curso de gastronomia canábica. Ela diz que a gastronomia trouxe ainda mais benefícios à terapia da mãe.
As aulas começam dia 16. Para se inscrever basta clicar no link acima. A renda será revertida para o projeto Mães Jardineiras.