Brasileiro sai ganhando ao escolher o CBD importado, que chega a custar até 25% do produto nacional
A Cannabis medicinal importada está mais em conta que a nacional. A queda dos preços da biomassa do CBD registrada nos EUA, no ano passado, impactou o preço do produto final. Há importado que chega a custar um quarto do preço do equivalente nacional –mesmo com o câmbio alto para os brasileiros.
Segundo a Hemp Benchmarks, a baixa do insumo do CBD foi de 79%, comparando o preço do quilo da biomassa do canabinoide de abril de 2019 ao mesmo mês de 2020. Isso deu fôlego às empresas de realizaram inúmeras promoções – do tipo compre dois e leve três ou progressivas. O importante, porém, é o preço de tabela também ter caído.
“Estamos com o CBD mais barato do mercado”, exagera Fábio Lampugnani, diretor da VerdeMed para a América Latina. O executivo da empresa canadense se refere ao CBD Full Spectrum, com concentração de 50mg/ml, em frasco de 30 ml (com um total de 1.500 mg CBD). “Estamos vendendo este produto por R$ 449”.
A maior parte da Cannabis medicinal comercializado no país é artesanal. Apenas duas empresas fabricam seus produtos como se fossem fármacos – quer dizer com os mesmos cuidados que a de uma farmacêutica, como é o caso da empresa canadense citada acima, que tem no rótulo, prazo de validade, concentração dos canabinoides, entre outras características exigidas pelo setor. Uma delas é a Abrace Esperança, com a linha laranja. Ela é a única associação de pacientes com permissão judicial para produzir e vender.
Neste segmento, a Abrace oferece CBD full spectrum com concentração de 15mg/ml – a metade da concentração do produto da VerdeMed– em frasco de 100 ml, com 1.500 mg CBD. Custa R$ 640 e é elaborado com matéria-prima nacional.
Outra marca nacional é a da farmacêutica paranaense Prati-Donaduzzi, que usa insumo importado. Ela tem apenas o CBD isolado, autorizado pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), ao preço médio de R$ 1.200.
Voltando aos importados, a americana Carmen’s vem se destacando pelo preço. O CBD Full Spectrum (50 mg/ml, em frasco de 30 ml com 1.500 mg CBD) da marca sai por R$ 331,90. A explicação do preço tão diferenciado no mercado tem a ver com a estratégia escolhida pela empresa, quando entrou no mercado nacional, há um ano.
“Nosso preço não é baseado no dólar flutuante, pré-fixamos em reais “Temos um espectro de consumidores que vai da classe A à D”, diz ”, diz Marcelo José da Silva, 49 anos, gerente comercial da Carmen’s.
“A queda de preços da Cannabis medicinal aconteceu nos EUA devido ao crescimento do mercado. Com mais empresas, tornou-se mais competitivo”, diz Rodolfo Rosato, CVO da Terra Cannabis, um portal de produtos de Cannabis medicinal, que trabalha com marcas bem avaliadas pelo mercado americano.
Entre elas, a Terra Cannabis oferece os produtos da Lazarus Naturals, empresa de Cannabis de Seattle, badalada no mercado americano. No ano passado, um vidro de CBD Full Spectrum, com 200 capsulas de 50 mg, baixou de USD$ 360 para USD$ 200. Preço que se mantém, equivalente a R$ 1.092,40. “Mas temos outras marcas com preços mais em conta, caso do CBD Full Spectrum, da Canna River, de 2500 mg, por R$ 355,03”, diz Rosato.
O mercado nacional de Cannabis também registrou o surgimento de novas startups, que até por isso vem usando técnicas agressivas de vendas. Sorte do consumidor, que começa a ter mais opções de compra.